Além das afinidades, as diferenças são importantes para um namoro

Além das afinidades, as diferenças são importantes para um namoro

Psicóloga dá dicas de como encontrar e manter um amor

Karina Reif / Correio do Povo

publicidade

É difícil identificar o que faz uma pessoa se interessar pela outra. Para a terapeuta de casais Iara Camaratta, os ingredientes capazes de encantar podem ser tanto afinidades, como diferenças. Porém, os gostos opostos, valores divergentes e incompatibilidade de personalidade podem ser capazes de destruir relações. O que desperta num primeiro momento é motivo para separação. “Em algumas situações as diferenças se tornam intoleráveis”, afirma.

Leia também: Agências de relacionamento tentam ajudar na busca por um grande amor

“Alguém que é ultraurbano se apaixona por alguém que gosta da vida natural, de ir para o sítio, por exemplo. Como fica a rotina e o dia a dia?”, questiona. Muitas vezes o motivo que atraiu pode ser a razão para as discussões. Uma pessoa tímida que admira uma extrovertida, depois não aguenta mais o jeito do parceiro. No entanto, não é possível criar a ilusão de par perfeito, porque as diferenças também enriquecem a convivência, desde que não seja uma agressão. “Imagine a pobreza viver somente entre pessoas iguais”, destaca. Um certo grau de tolerância sempre vai bem.

Sobre as novas ferramentas para encontrar namorados, como internet, agências e outras possibilidades, a psicóloga defende que qualquer busca pode, eventualmente, proporcionar o encontro, desde que haja a sintonia. “Eu posso ter uma série de pré-requisitos que eu considero essencial no relacionamento e posso conhecer alguém que cumpra todos, mas ter algo que não bate”, exemplifica.

Normalmente, quando alguém nos interessa, temos explicações muito superficiais, como um jeito de rir, mas por traz existe toda uma história pessoal, que interferem nas escolhas, conforme a psicoterapeuta, autora de vários livros sobre o assunto. “O que bateu que não ficou bem, provavelmente, é resultado de coisas gravadas dentro de nós”, diz. Em resumo, apesar de existirem alguns itens para facilitar tanto o encontro, como o relacionamento, não há regra. “Na maioria das vezes, quando as pessoas contam uma história de amor, esse amor surgiu de uma forma totalmente inesperada”, diz.

Redes sociais podem ajudar

A soldado da Brigada Militar Liliane Pedroso Senna, 26 anos, usou o Facebook como ferramenta para encontrar um namorado do jeito que ela queria. Através do perfil de um amigo, conheceu o autônomo Luiz Fernando Müller, 33. Eles trocaram muitas mensagens antes do primeiro encontro. O que serviu para verificarem se tinham algo incomum e se valia a pena começar um relacionamento.

Uma das coisas que gostam é de que ficar em casa. Na opinião de Müller, a semelhança de gênios é muito importante para o sucesso do namoro, que já dura seis meses. “Se os dois não são caseiros, algum sempre terá que ceder”, explica. No caso deles, não há motivo para brigar, porque ambos curtem aproveitar as paisagens de Porto Alegre, quando o autônomo vem à Capital para visitar a policial militar, em serviço na cidade. Outra coisa que gostam de fazer juntos é tomar um chimarrão.
Os mesmos interesses também uniram o segurança Roger Pereira, 33 anos, e a estudante Bruna Oliveira, 20, que estão iniciando a relação. “A gente se entende. Ela ri das coisas que falo”, observa ele, lembrando que os dois gostam de assuntos divertidos.

A procura do grande amor

Enquanto uns comemoram o Dia dos Namorados a dois, outros ainda procuram por um amor. O contador Diter Gehardt, 45 anos, já acionou a assessoria afetiva para tentar um novo relacionamento. Ele namorou por duas vezes através dessa ferramenta e aprova. “Quando conheci, achei fantástico, porque você pode encontrar pessoas do bem, com o mesmo objetivo de ter alguém”, diz. Em 2008, após uma separação e de se decepcionar com as mulheres que conheceu em festas, engatou um relacionamento em que chegou a morar junto com a companheira, a qual foi apresentada pelo serviço de assessoria. Depois, também por meio da empresa, ficou noivo, em uma união com quase a mesma duração. Os motivos para os términos não tiveram a ver com a forma como conheceu as mulheres e, por isso, segue acreditando na fórmula para iniciar um novo namoro. “Na noite, a coisa é muito complicada. É difícil de achar pessoas idôneas”, ressalta.

Dicas para encontrar e manter um amor

* Seja espontâneo. A pessoa que realmente se sentir atraída por você precisa, de alguma forma, sintonizar com quem você é realmente.

* Frequente lugares que você realmente gosta e que tem a ver com a sua pessoa, porque, provavelmente, é nesses lugares que se situam pessoas com quem terá afinidade.

* Aprenda a ser só. Essa é uma condição para que você encontre alguém que realmente vale a pena. Na filosofia de que “se não tem tu vai tu mesmo”, estão baseadas as relações desastrosas.

* Cuidado com o mito das almas gêmeas. Isso é uma ilusão. As afinidades são importantes, mas as diferenças também enriquecem a relação.

* Procure respeitar as diferenças sem, contudo, se submeter aos caprichos do outro.

* Invista em si mesmo, tanto no corpo, como na mente. O desenvolvimento pessoal é o que garante os encantos do presente e do futuro.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895