Alunos de Faxinalzinho voltam às aulas após duas semanas

Alunos de Faxinalzinho voltam às aulas após duas semanas

Clima na cidade é mais tranquilo, porém Brigada Militar mantém reforço no policiamento

José Ody / Correio do Povo

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Depois de 15 dias sem aulas os alunos da rede pública estadual e municipal de Faxinalzinho voltaram às escolas nesta quarta-feira. Segundo o secretário Municipal de Educação e Esporte, Francimar de Andrade, as aulas voltaram tanto no turno da manhã quanto à tarde. “Recebemos 80% das crianças”, disse ele.

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De acordo com Andrade, o que chamou a atenção, no turno da manhã, é que cerca de 20% dos alunos foram à escola levados pelos pais em carros particulares. Ele avaliou que em condições normais o número de alunos que troca o transporte escolar pelo particular não passa de 5%. Outro fato curioso é que na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio, que funciona na área urbana, foi que 40% dos indígenas não compareceram e apenas cerca de 30 alunas compareceram . Os indígenas do sexo masculino, segundo o secretário, que seriam em torno de 24 - não teriam comparecido.

Andrade disse que entrou em contato com a liderança que responde por Kandóia, depois da prisão do cacique Deoclides de Paula, mas não teria obtido uma resposta para o motivo da ausência dos alunos. À tarde a presença de alunos caiu para 70% em toda a rede escolar sem que houvesse qualquer motivo especial. Na Escola Estadual existente na comunidade Votouro/Kandóia as aulas foram normais.

As seis escolas existentes no município (quatro municipais e duas estaduais) têm cerca de 600 alunos. Ainda segundo o secretário todos os acessos ao município estão liberados e existe um clima de segurança na cidade com a presença da Brigada Militar, que deslocou reforços para Faxinalzinho.

O município convive com um conflito sobre terras envolvendo indígenas e brancos e que se acirrou depois da morte de dois agricultores em 28 de abril e da prisão de cinco indígenas durante uma reunião de tentativa de conciliação no dia 2 de maio, inclusive do cacique do Acampamento Kandóia/Votouro, Deoclides de Paula.

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