Amor de pai supera todos os limites

Amor de pai supera todos os limites

Paizões têm dado um show quando o assunto é cuidado e atenção aos filhos

Janine Souza / Correio do Povo

Após criar os filhos, Marcelo realizou o sonho de adotar duas meninas

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Trocar fraldas, zelar o sono, acompanhar os estudos, fazer o tema de casa, dar banho. Tarefas da mãe? Coisa do passado. Cada vez mais participantes, são os pais que têm dado um show quando o assunto é cuidado e atenção aos filhos. O assessor parlamentar Adroaldo Portal, de 41 anos, é um "pãe", como ele mesmo define: "uma mistura de pai e mãe", brinca. É ele quem cria o filho Eduardo, de 7 anos, desde que o menino tinha três anos e meio.

Após a separação dele e da mãe de Dudu, a estadia do filho na casa de Adroaldo era para ser temporária, mas foi se prorrogando. "Até que, quando eu e a mãe dele nos demos conta, já havia passado muito tempo e não valia mais a pena mudar algo que estava dando certo", conta o pai de Dudu.

As limitações físicas de Adroaldo, que teve paralisia infantil, impactam na vida de pai e filho, o que tem sido um grande aprendizado para o pequenino. "Ele está aprendendo a lidar com a diversidade, com a diferença entre as pessoas. O Dudu me ajuda a carregar sacolas, é organizado com os brinquedos e utensílios domésticos para não me penalizar", conta Adroaldo. "Para mim, ser pai é ver um sentido muito maior na vida. É acreditar no futuro, desejar viver 100 anos para ver meu filho podendo saborear todas as fases da vida e compartilhar com ele a realização de todos os meus sonhos", deseja o paizão.

Tal pai, tal filho: assim são Tibete Conceição e o filho Túlio, 9, tamanha a semelhança física dos dois. Como a esposa Cristiane estuda à noite, Tibete assumiu as tarefas escolares com Túlio e até as reuniões da catequese. "Quando quero alguma coisa, vou direto no meu pai", diz o menino. O pai admite: "Sou mais de conversar, de dar oportunidades e ceder aos pedidos dele. A mãe é mais disciplinadora".

Na escola da Ana Sofia, 7, e da Helena, 5, o pai delas, Rafael Sória, é conhecido pelas professoras. Desde o nascimento da Pipa, a primogênita, ele, que não tinha prática com crianças, foi surpreendido pela habilidade. "Vivo para elas", resume o arquiteto. A mãe das meninas, a jornalista Camila Sesti, reconhece a dedicação do marido. "A Helena tem uma cicatriz na testa de um acidente na escola. Há mais ou menos um ano ela caiu e bateu na quina de um banco. A escola ligou direto para o Rafa. Quando eu fiquei sabendo, já estavam indo para o HPS", relata a mãe. Rafael também acompanha os estudos das filhas. "Logo mais, vamos estudar. A Pipa tem prova amanhã", lembra ele. E para a pequena Helena, qual o melhor lugar do mundo? "O colinho do papai", responde a menina.

''Paizão'' assume as tarefas diárias


Se perguntar à pequena Antonela, de 3 anos, quem dá banho nela e na maninha, Valentina, de apenas 5 meses, e quem as coloca para dormir, a menina irá apontar o dedinho para o papai. Na casa do procurador de Justiça Marcelo Ribeiro, de 62 anos, essa tarefa sempre foi dele, seja com os cinco filhos biológicos (Gianandréa, 30 anos, Diego, 28, Ana Sofia, 24, Lorenzo, 18, e Ricardo, 16), seja com as duas filhas adotivas. "Sempre quis adotar duas crianças, após ver todos os meus filhos crescidos. Essas meninas são prêmios que Deus me deu. São duas crianças fantásticas", conta o procurador.

Valentina está com a família há apenas um mês, após quatro meses de espera pela adoção. Antonela chegou na família recém-nascida. Atualmente, a filha mais velha de Ribeiro, Gianandréa, mora em Mato Grosso, Diego vive em Londres. Os outros filhos estão perto do pai. "Não tem um dia que todos os meus filhos deixem de me ligar, mesmo os que moram longe. Eles foram criados ao meu redor. Por isso mesmo, são muito meus amigos", afirma o pai orgulhoso.

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