Animais de estimação recebem atendimento no projeto Médico Veterinários de Rua

Animais de estimação recebem atendimento no projeto Médico Veterinários de Rua

Pelo menos 30 animais receberam vacina antirrábica

Felipe Samuel

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Voluntários do projeto Médicos Veterinários de Rua do Rio Grande do Sul (MVR-RS) realizaram ação especial neste domingo na Vila Planetário, no bairro Santana, para atender animais de estimação. Pelo menos 30 animais receberam vacina antirrábica nas primeiras horas de atendimento em uma tenda instalada na rua Luiz Manoel. A presença dos voluntários chamou atenção dos moradores, que a todo momento buscavam informações acompanhados de seus animais de estimação.

José Marcelo Dias levou o companheiro Respeito, um vira-latas de dois anos, que tomou a vacina antirrábica. "Foi tudo certo com ele. Achei legal a iniciativa e poder contar com esse atendimento", afirma. "O Respeito é um cachorro calmo, mas não tinha tomado a vacina antirrábica", completa. Coordenadora do projeto MRV-RS, Lisandra Dornelles explica que a ideia central do projeto é atender a população em situação de vulnerabilidade social.

Conforme Lisandra, a iniciativa - que integra a ONG Médicos do Mundo - visa atender também moradores em situação de rua, indígenas e quilombolas. "Trabalhamos com a ideia de saúde única, que envolve saúde humana, animal e ambiental. Então todas as ações são multidisciplinares, e aqui é uma ação dos médicos veterinários, mas junto tem médico, enfermeiros, são cerca de 40 pessoas participando", destaca. Mesmo com a tenda instalada no local, equipes volantes se deslocavam a residências para atender animais mais bravos ou gatos, que muitas vezes acabam fugindo.

De acordo com Lisandra, é preciso informar aos tutores sobre as doenças que os animais de estimação podem passar. "Mais de 70% das doenças que a gente tem passam dos animais, que a gente chama de zoonoses. Não existe saúde humana se não existir saúde animal", ressalta. Durante a ação, um homem pediu atendimento por conta de um problema na mão. "Foi atendido pelo médico, porque estava com a mão machucada, e foi encaminhado para uma unidade de saúde. Ele estava com a mão inchada", destaca.

Lisandra salienta que o projeto foi bem recebido pela comunidade e ressalta que a uma boa parte dos animais trazidos pelos donos já estava vacinada. "O atendimento não é só para animais, são para os tutores também. A gente faz uma educação sanitária também , porque na verdade a gente atender só os animais acaba sendo incompleto", observa. Ela garante que a ideia é fazer uma ação mensal para fazer acompanhamento dos animais e dos tutores e 'levar um pouco de humanidade e empatia'.

"Às vezes a pessoa sai da universidade se 'sentindo' acima de tudo e de todos, e não é assim que funciona. Temos que ter essa noção de humanidade, acho que a gente aprende muito mais nessas ações do que as próprias pessoas atendidas. É uma escola pra todo mundo, porque normalmente essas pessoas são invisíveis para a sociedade", assinala.


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