Antes da chegada do inverno, emergências já estão lotadas na Capital

Antes da chegada do inverno, emergências já estão lotadas na Capital

Médicos orientam que pacientes procurem atendimento em postos de saúde antes do agravamento do quadro

Luciamem Winck / Correio do Povo

Antes da chegada do frio, emergências já estão lotadas na Capital

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O quadro de agonia parece não ter fim nas emergências hospitalares conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), em Porto Alegre. A superlotação, que já faz parte da rotina de trabalho dos profissionais de saúde, é enfrentada por pessoas enfermas, algumas em estado grave, e necessitando de terapia intensiva, que não possuem convênios privados e tampouco têm condições para custear o tratamento. Nesta terça-feira, o Setor de Emergência do Conceição abrigava 127 pacientes em espaço idealizado para bem atender 50.

No Hospital de Clínicas de Porto Alegre o quadro não é diferente. O número de pacientes na Emergência Adulto supera 143% a capacidade, com 117 enfermos dispostos em área destinada a 49. A ala pediátrica, com nove leitos, abriga 10 crianças. No Hospital São Lucas, também superlotado, o quadro é um pouco melhor. Com equipamentos para abrigar 15 pessoas, mantêm 21 em atendimento. Na unidade infantil, 11 crianças são mantidas em observação em espaço ideal para cinco.

No Complexo Hospitalar Santa Casa, o Hospital Santa Clara, conveniado ao SUS, mantém 37 pacientes abrigados no Serviço de Emergência que dispõe de apenas 12 leitos. Já no Hospital da Criança Santo Antônio, com 13 leitos na Emergência/SUS, há dois excedentes. O quadro também é preocupante na Emergência Adulto do Hospital Dom Vicente Scherer - destinada a pacientes conveniados a plano de saúde ou que custeiam o próprio tratamento. Antes das 12h, os dez leitos existentes estavam ocupados por pessoas que necessitavam de hospitalização.

A médica internista do Santa Clara, Glaucia Bortoluzzi, faz um apelo para que as pessoas recorram aos postos de saúde tão logo apareçam sintomas de asma, enfisema e bronquite. “Agindo desta forma, evitam o agravamento do quadro de saúde e, consequentemente, a necessidade de internação hospitalar”, frisou. O ideal, conforme ela, seria que as pessoas se imunizassem contra a gripe e observassem o uso de agasalhos, principalmente neste período do ano, onde os inícios de manhã e finais de tarde estão mais frios.

Familiar de uma paciente que ficou por vários dias aguardando leito em uma enfermaria no Setor de Emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição, a assistente de Recursos Humanos Elisandra Rodrigues Ferreira, 25 anos, comparou a instituição a um “campo de concentração”. “São tantos pacientes em um local tão pequeno que as macas são substituídas por cadeiras”, relatou. Segundo ela, o quadro também é desesperado na sala de espera do Acolhimento, onde portadores de patologias variadas aguardam, lado a lado, por atendimento.


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