Após acidente, clima foi de incerteza e ansiedade em hospital de Gravataí

Após acidente, clima foi de incerteza e ansiedade em hospital de Gravataí

Familiares recebiam informações desencontradas sobre feridos em acidente

Cíntia Marchi

Dezenas de feridos chegaram ao hospital

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Pouco tempo depois do acidente com o ônibus na ERS 030, familiares lotavam a recepção do Hospital Dom João Becker, em Gravataí, em busca de informações. Muitos chegavam chorando, outros não tinham sequer notícia do paradeiro das vítimas. O hospital começou a comunicar a relação de nomes somente às 17h50min. Não especificou, no entanto, o número exato de pessoas que tinham sido encaminhadas ao hospital. A falta de informações e a confirmação da sexta morte, por volta das 17h30min, provocou um clima de impaciência entre os familiares.

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De acordo com a cobradora do ônibus, Tainá Cardoso de Souza, 53 pessoas ocupavam o veículo no momento do acidente. A informação foi repassada pela irmã de Tainá, Luane, que conversou com a imprensa. A quantidade de passageiros, entretanto, não foi confirmada. Até a noite desta terça, contabilizam-se 36 feridos e seis mortes.

Entre os que aguardavam notícias no hospital durante toda a tarde, estava Gilvânia Sarmento, de 50 anos. Ela tinha desembarcado do ônibus poucos quilômetros antes do tombamento. Mas a mãe, Matilde Sarmento, 70, continuou a viagem em direção a Glorinha. “O que eu sei até agora é que ela bateu a cabeça e quebrou um braço”, revelou. Segundo Gilvânia, as duas tentaram usar o cinto de segurança na saída de Porto Alegre, mas o acessório não funcionou. Ela acredita que havia mais de 40 passageiros no veículo, muitos em pé.

Danrlei Soares, 19 anos, resgatou a mãe Vera regina Soares, de 41, no local do acidente. Assim que o ônibus tombou, Vera telefonou para o filho que estava em Santo Antônio da Patrulha. “Ela teve cortes na mão e estava mancando”, contou Danrlei. Na conversa com o filho, antes de chegar ao hospital de Gravataí, Vera Regina teria dito que o ônibus transitava numa velocidade bem superior à permitida naquele trecho – 60 quilômetros por hora. “Na primeira curva o ônibus quase tombou. Na segunda, o motorista não conseguiu segurar.”

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