Após Carnaval, Porto Alegre volta à rotina de filas

Após Carnaval, Porto Alegre volta à rotina de filas

Nas lotéricas, é possível ver bastante gente tentando a sorte

Felipe Nabinger

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Passado o feriadão, as ruas de Porto Alegre voltaram a apresentar movimento, contrastando com a tranquilidade apresentada nas manhãs dos últimos quatro dias. “Como dizem, o ano começa depois do Carnaval”, afirma a professora aposentada Lorena Cornelius, 60. Moradora de Viamão, ela veio à Capital por conta de um exame médico. Ela aproveitou, no entanto, para colocar em prática uma resolução de “Ano Novo” pós-Carnaval. A aposentada procurou uma loja de calçados no Centro e comprou um tênis para voltar a fazer pilates. “Depois de dois anos reclusa, quero voltar a fazer exercício”, afirma.

Com os bancos abrindo à tarde, a manhã foi de movimento nas lotéricas. Foi possível presenciar filas de quem decidiu testar a sorte na loteria e pagar contas. Foi o caso da dona de casa Nádia Silveira, 56, moradora do Rubem Berta. “Já fui mais de Carnaval, mas nesse fiquei em casa descansando a mente para pagar as contas (risos). Começa o ano depois do feriadão e vêm as contas”, diz.

Próximo ao terminal Parobé, a assistente administrativa, Nathália Paida, 26, chegava do Bom Fim. Ainda trabalhando em sistema híbrido, ela tem se deslocado ao Centro pelo menos duas vezes por semana. “Acredito que, neste mesmo horário, comparando com janeiro e fevereiro tem muito mais pessoas passando por aqui”, analisa.

“Quando passa o Carnaval começa a melhorar o movimento. O começo das aulas também aumenta as vendas”, afirma o ambulante Luis Carlos Pinheiro, 53, que há dez anos vende café e salgados. Pinheiro diz que, apesar do movimento, a manhã ficou abaixo da sua expectativa. “De manhã acho que muita gente não veio trabalhar. A partir do meio-dia é que aumenta o movimento”, analisa.

Mas nem todos deixaram de trabalhar, como observou o vendedor de salgados, por opção. Um dos locais onde, a exemplo de postos de vacinação e agências lotéricas, pode se ver filas foi o Sine Municipal, na avenida Sepúlveda, que chegou formar fila no lado de fora antes da abertura da agência ao meio-dia. Fábio Ricardo Mold, 50, era uma das pessoas que procurou o local. Ele foi demitido durante a pandemia. “Na terça-feira fez um ano que estou desempregado. Procuro emprego no almoxarifado ou no estoque. A situação está bem difícil”, disse.


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