Após cinco dias da tragédia no Rio, pais vão à escola pedir transferência de alunos
Parentes foram orientados a retornar no período da tarde para pegar o material escolar das vítimas
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Ubiratan Soares, de 65 anos, disse que a neta, que estuda na Tasso da Silveira à tarde, não quer mais entrar no colégio e que por isso foi pedir a transferência da menina. “Ela não quer mais voltar para essa escola. Ela não consegue dormir, fica vendo televisão a noite toda”, desabafou.
Ana Maria Alves Pinheiro também foi hoje de manhã à Escola Tasso da Silveira pedir a transferência da neta de 13 anos e que, apesar de estudar à tarde, conhece as vítimas da tragédia. “Ela está muito perturbada, fica chorando o tempo inteiro. Ela não dorme, ri à toa. Ela não está bem. A gente está precisando de um psicólogo”, disse a senhora.
Noeli Rocha, mãe da menina Mariana, morta pelo atirador, foi à escola buscar o material escolar da filha, mas terá que voltar à tarde. “Não é coisa de importância. É só uma mochila, mas para mim é importante. O que será que ela sentiu, eu não estava aqui para defendê-la. Eu ainda escuto minha filha me chamar”, disse com a voz embargada.
Nesta segunda, garis da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) do município, começaram a limpar o interior da escola. Eles estão lavando as manchas de sangue nas paredes, portas, no chão das salas, corredores, escada e na entrada do prédio. A escola continua fechada, e o acesso só é permitido a professores e funcionários.
Maioria das vítimas de atirador passa bem
Nove das dez vítimas do atirador que invadiu a escola Tasso da Silveira, em Realengo, na última quinta-feira (7), apresentam melhora no quadro de saúde, informou nesta segunda-feira a Secretaria de Saúde do Estado do Rio. O único caso grave é o do rapaz de 13 anos baleado no olho direito que se recupera do pós-operatório de neurocirurgia, no Hospital Estadual Pereira Nunes, no bairro de Saracuruna.
Ele está sedado e respira com ajuda de aparelhos. Outra vítima, de 13 anos, internada nessa instituição, atingida no abdômen e na coluna, foi operada na última quinta-feira e respira espontaneamente. Os dois permanecem internados no CTI Pediátrico.
O adolescente, de 14 anos, internado no Hospital Alberto Torres que sofreu lesão vascular grave no ombro direito está lúcido e reage bem ao pós operatório, mas ainda não tem previsão de alta, de acordo com a Secretaria de Saúde.
No Hospital Albert Schweitzer, uma das vítimas do massacre na Escola Tasso da Silveira (13 anos) que está com uma fratura no antebraço, passa bem, mas segue em observação. Um menino de 14 anos, baleado no abdômen e na mão, está consciente, mas ainda respira com a ajuda de aparelhos. O estado é regular, com melhora clínica, e ele permanece sob cuidados intensivos. Um menino de 12 anos baleado no abdômen recupera-se bem do pós-operatório e respira espontaneamente, mas ainda não tem previsão de alta.