Após de dois meses de bloqueio, UTI do Conceição deve ser reaberta em duas semanas

Após de dois meses de bloqueio, UTI do Conceição deve ser reaberta em duas semanas

Descontaminação após presença de superbactérias ajundou a diminuir colonização no setor

Camila Kila / Rádio Guaíba

publicidade

Após mais de dois meses de bloqueio para descontaminação, a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Conceição, em Porto Alegre, deve ser liberada em até duas semanas. O gerente de pacientes externos da instituição, Robinson Menezes do Amaral, explica que neste momento o trabalho ocorre na terceira das quatro alas do setor.

Além de três tipos de limpeza nos leitos, o trabalho é feito nos dutos de ar. As bancadas de granito estão sendo trocadas por inox e as torneiras também serão substituídas. A medida, com custo de R$ 32 mil, foi necessária em razão daa presença de bactérias que resistiram à limpeza.

O trabalho já tem se mostrado eficaz no combate às superbactérias NMD-1 e KPC, que motivaram o bloqueio. Amaral fala que o nível de colonização no setor, que chegou a 35%, está em menos de 6%. Ele ressalta que houve uma atuação conjunta para propiciar uma limpeza adequada. Agora, além de uma equipe específica para a UTI, enfermeiras e farmacêuticos acompanham os funcionários para verificar a forma de atuação.

Com isso, o gerente acredita que seja possível criar uma educação continuada para que se mantenha a limpeza da área e não seja preciso repetir o trabalho com frequência. Além do bloqueio, também houve treinamento do corpo clínico, manejo de pacientes e controle no uso de antibióticos.

Devido à descontaminação da UTI, foi anunciado o adiamento de cirurgias eletivas. No entanto, conforme Amaral, apenas uma pequena parte dos procedimentos de pacientes que necessitavam de internação posterior na UTI foi adiada. Em junho, foram realizados 1,2 mil procedimentos. Pacientes atendidos na emergência que precisam ser transferidos para a UTI são levados para outros hospitais da Capital ou de Canoas.

O Conceição registrou, desde o final do ano passado, pelo menos sete casos de NDM-1, seis deles de colonização, que se caracteriza pela presença da bactéria, e apenas um de infecção. Dos colonizados, três morreram por outros problemas de saúde. Esse tipo de bactéria foi detectada pela primeira vez no Brasil dentro do hospital.

Em relação ao KPC, já encontrada em outros hospitais da cidade há alguns anos, foi detectada colonização em sete pacientes internados, além de um com infecção.

As bactérias foram identificadas ainda na Santa Casa, onde há um caso de colonização de NDM-1 e cinco de KPC, de pacientes infectados. Ambas as bactérias são resistentes a antibióticos carbapenêmicos, normalmente utilizados para combate a infecções graves.

Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895