Após denúncias, Sindec vai solicitar ao MPT o fechamento de parte do comércio em Porto Alegre

Após denúncias, Sindec vai solicitar ao MPT o fechamento de parte do comércio em Porto Alegre

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre alegou que parte dos estabelecimentos não cumpre os protocolos de segurança

Felipe Samuel

O presidente, Nilton Neco, disse que o sindicato recebeu pelo menos 150 denúncias de descumprimento de procolos em estabelecimentos da Capital

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Insatisfeito com a decisão da prefeitura de flexibilizar as medidas restritivas durante a quarentena para retomada das atividades do comércio em Porto Alegre, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec) prometeu acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT) para tentar impedir a abertura de parte dos estabelecimentos.

A entidade garante que desde o início da pandemia do novo coronavírus sequer foi convidada a participar de reuniões sobre o tema e alertou que as orientações sobre distanciamento controlado, uso de álcool em gel e controle de fluxo dentro de estabelecimentos comerciais são descumpridas diariamente. 

Além de cobrar maior fiscalização da prefeitura, a categoria exige que as empresas realizem testes para a Covid-19 nos funcionários. O presidente do Sindec, Nilton Neco afirmou que trabalhadores encaminharam reclamações ao sindicato alertando que as garantias exigidas para reabertura do comércio são ignoradas com frequência, o que acaba impactando diretamente a vida dos profissionais que atuam no segmento. "Temos diversas denúncias do comércio de lojas que não estão cumprindo com decreto em meio ao surto de coronavírus, o que tem gerado hospitalização de trabalhadores", destacou, acrescentando que a entidade cobra ao menos participação nas reuniões por videoconferência.

O dirigente observou que alguns funcionários estão assustados por enfrentar condições adversas tanto nos estabelecimentos comerciais quanto no deslocamento ao serviço. De acordo com o sindicato, que em março chegou a representar 90 mil empregados, a maioria utiliza transporte público para chegar ao local de trabalho. "Não há controle na ocupação dos ônibus, que estão sempre lotados", avaliou. Conforme Neco, desde março o Sindec recebeu 150 denúncias. A ideia é fazer um levantamento até o final da semana e solicitar junto ao MPT ação cível pública para interdição de alguns estabelecimentos.

Na avaliação do Sindec, as empresas deveriam seguir exemplo da dupla Gre-Nal, que realiza exames para Covid-19 a jogadores e outros funcionários dos clubes. "Queremos exigir das empresas que controlem fluxo, elas têm que testar os trabalhadores para ver se tem controle, assim como clubes de futebol", frisou. Neco alerta que já houve surtos da doença em frigoríficos, locais que realizam testes com frequência e têm controle alimentar. Ele reforça que os casos na Capital e a ocupação dos leitos de UTIs aumentam diariamente. "Não é só pessoal na linha de frente da saúde que precisa, os trabalhadores da linha de frente de supermercados, farmácias e outros também precisam", completou.


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