Após leilão do Hospital Álvaro Alvim, moradores do Rio Branco esperam por mais segurança

Após leilão do Hospital Álvaro Alvim, moradores do Rio Branco esperam por mais segurança

Local está abandonado pelo Poder Público há mais de dois anos

Felipe Samuel

Prédio se transformou em motivo de preocupação para moradores da região, que passaram a conviver com invasões e depredações

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A venda do prédio que abrigou o Hospital Álvaro Alvim, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, pode representar um novo capítulo na vida de moradores da região. Desativada há mais de dois anos, a antiga casa de saúde - que era de propriedade da União -, se transformou em motivo de preocupação para moradores da região, que passaram a conviver com invasões, depredações e furtos. No dia do leilão, na quarta-feira, trabalhadores erguiam um muro na parte de trás do prédio, na rua Doutor Lauro de Oliveira. O objetivo é evitar a entrada de novos invasores.

Dentro do antigo hospital, que foi arrematado por R$ 17,5 milhões pela empresa Melnick Even Desenvolvimento Imobiliário S.A, o que se vê é um verdadeiro cenário de guerra, com instalações destruídas, portas arrebentadas, vidros quebrados e teto em condições precárias. Muita sujeira se acumula dentro e fora do prédio, onde um matagal cobre parte da entrada. A fonoaudióloga aposentada, Ivani Casagrande, 70, que reside há 30 anos na rua Doutor Lauro de Oliveira, afirma que os problemas surgiram após o fechamento do local

Com mais de 10,4 mil m² de área construída e terreno de 9,6 mil m², a estrutura se tornou alvo de ladrões, que roubaram fio de cabo de energia e outros equipamentos. "A toda hora a vizinhança chamava a polícia", recorda. Ela lamenta o descaso do Poder Público com as instalações do hospital justamente em meio à pandemia do novo coronavírus. "A gente se perguntava por que esse hospital não estaria sendo usado? Por que foi abandonado com tanta necessidade de leitos?", questiona.  

Ivani ficou surpresa com o abandono do hospital, cujo atendimento era voltado a pacientes com dependência química. "A partir disso ele passou a ser depredado. A gente fez muitas denúncias", explica. Sobre os furtos, ela afirma que era comum observar grupos levando equipamentos do hospital, o que gerava preocupação. "Nos últimos tempo era assim, eram como formigas passando aqui. Passavam com sacos carregando nas costas metais", completa.

O aposentado Celestino Demoliner, 85, que reside há cinco décadas na Rua Professor Álvaro Alvim, diz que a estrutura abandonada causava preocupação. "O pessoal está muito preocupado exatamente com esse abandono, porque muita gente se apropria disso", observa. "Com um vencedor do leilão, esperamos melhora pra todo mundo", salienta.

O criador de conteúdo digital Luiz Gustavo Pino Schuch Colvara, 43, que reside há mais de dez anos na Álvaro Alvim, confirma que muitas pessoas invadem o local. "Houve noites de terror, porque rolou até tiro. Os caras estão entrando direto aí para roubar, porque eles entram pelos fundos, que é onde tinha um acesso", destaca. Com aumento da circulação dentro do prédio, a Guarda Municipal reforçou o patrulhamento na região.


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