Apenas 20,7% dos gaúchos têm atividades compatíveis com o trabalho remoto, aponta pesquisa

Apenas 20,7% dos gaúchos têm atividades compatíveis com o trabalho remoto, aponta pesquisa

Análise foi encomendada pela Assembleia Legislativa do RS a fim de dados auxiliarem na construção de leis de trabalho

Taís Teixeira

Análise foi encomendada pela Assembleia Legislativa do RS a fim de dados auxiliarem na construção de leis de trabalho

publicidade

Apenas 20,7% dos gaúchos têm um trabalho compatível com atividades remotas, apontou uma pesquisa encomendada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL-RS). Outros 58,2% afirmaram não ter como realizar seu ofício de casa. Os dados coletados e analisados pelo Instituto Pesquisa de Opinião (IPO) foram divulgados nesta segunda-feira. 

Ao todo, foram 1,5 mil pessoas entrevistadas entre 8 e 12 de dezembro, distribuídas em oito regiões intermediárias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), num total de 38 municípios. O objetivo é compreender a percepção sobre os impactos causados pela pandemia e as perspectivas sobre o futuro do trabalho, a fim de auxiliar na construção de leis que possam atender às novas dinâmicas e demandas da sociedade.

O presidente do Parlamento gaúcho, deputado Gabriel Souza, destacou a importância de entender a influência da pandemia no trabalho, no que tange à forma das pessoas se adaptarem aos novos modelos de trabalho, além de analisar as expectativas e perspectivas de futuro. “Sabemos que a pandemia mudou severamente o comportamento humano e precisamos entender melhor como se dará a relação capital trabalho nos próximos momentos”, mencionou, enfatizando que um dos pontos avaliados é se surgirão novas profissões ou se algumas serão extintas.

A cientista social e política do IPO, Elis Radmann, afirmou que esse é um tema difícil para a população, em um contexto em que a reforma da Previdência ampliou o tempo de trabalho e a tecnologia vem diminuindo as vagas de trabalho. “Essa é uma equação ainda mais difícil para a população negra, que precisa de mais atenção em tempo de qualificação, requalificação e políticas públicas para inclusão digital”, salientou.

Entre os resultados apurados está o parâmetro que avalia a relação da política nacional com a estadual. Dois terços dos entrevistados entendem que se o país está em crise, e o gaúcho vai mal, sendo a tendência do desemprego um dos resultados da situação econômica brasileira, que hoje tem uma inflação alta, refletida na redução do poder de compra e de vagas de trabalho. "A inflação alta é sentida pela percepção da sociedade por três indicadores, que são combustível, energia elétrica e o custo dos alimentos”, afirma a especialista.

O presidente Gabriel Souza finalizou dizendo que o estudo indicou que há uma série de demandas que a sociedade gaúcha está apresentando ao poder público. “O mundo não será igual como era antes, teremos que nos adaptar”, enfatizou. O dirigente acrescentou que o governo já está implementando alguns desses pleitos sociais, como a desburocratização dos processos, incentivo ao empreendedorismo e o estímulo à inclusão digital dos jovens.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895