Apesar das chuvas, nível de barragens segue baixo no RS e SC

Apesar das chuvas, nível de barragens segue baixo no RS e SC

Precipitação não amenizou efeitos da estiagem em Machadinho e Itá

José Ody / Correio do Povo

Na hidrelétrica de Machadinho, águas estão 11 metros abaixo do normal

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Apesar das chuvas desta semana verificadas também na região Norte do Estado, onde estão situadas duas das maiores hidrelétricas do Sul do País, os níveis dos reservatórios estão abaixo do normal para este período do ano. A estiagem, que se prolongou por vários meses, é uma das explicações para o baixo nível dos lagos na divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Na Usina Hidrelétrica Machadinho, entre os municípios de Maximiliano de Almeida e Piratuba (SC), as águas estão 11 metros abaixo do normal. O reservatório recebe 912 metros cúbicos de água por segundo e libera 1.281 metros cúbicos de água por segundo. O lago está com apenas 30,17% da sua capacidade máxima.

Já na hidrelétrica Itá, entre Aratiba e Itá (SC), o reservatório se encontra três metros abaixo do normal. O ingresso e o uso e liberação de água é o mesmo: 1.295 metros cúbicos de água por segundo. O lago está 48,88% cheio.

O gerente geral das usinas hidrelétricas, Elinton Chiaradia, observou que tradicionalmente este é um período onde a liberação do excedente de água é uma necessidade, porque os lagos estão quase cheios. Este ano, porém, a medida não se comprova até agora em razão da falta de água. Ele lembrou que o período de estiagem que castigou o Alto Uruguai, especialmente no verão, se estendeu este ano até maio.

Nos meses de junho e julho foram registradas algumas precipitações consideráveis para a produção de água, mas em agosto a seca se impôs e chuva foi quase nula. Na região de Erechim, em agosto choveu apenas seis milímetros, a menor precipitação deste mês desde 1986, quando a Cooperativa Tritícola Erechim Ltda (Cotrel) começou a acompanhar os índices de chuvas na região.

De acordo com Chiaradia, as chuvas desta semana que castigaram a maior parte do Rio Grande do Sul, não chegaram a grande parte da bacia de drenagem dos reservatórios das duas usinas, que são os rios que desembocam nos lagos de Machadinho e Itá. As chuvas foram registradas em volumes consideráveis, mas como o solo estava muito seco, a maior parte da água foi absorvida antes de chegar aos lagos.

O gerente geral das usinas disse ainda que as chuvas sempre demoram mais a se refletir em água dentro dos lagos do que normalmente ocorre com córregos e rios. Dessa forma, neste ano, contrariando a normalidade para o período, será preciso chover muito mais para que os lagos comecem a reagir.

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