As diferentes formas de ser mãe

As diferentes formas de ser mãe

Elas se emocionam com pequenos gestos, fazem sacrifícios, zelam pelos filhos e cuidam dos outros

Correio do Povo

Elisângela viaja todos os dias de Tramandaí a Porto Alegre para ver Luan

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Ser mãe é fazer pacientemente do hospital a segunda casa. É ficar sentada em uma cadeira durante horas zelando pelo filho prematuro. É, mesmo após mais de 40 anos de trabalho, escolher cuidar dos outros com carinho. É se emocionar com a chegada de mais um bebê, mesmo não sendo mãe de primeira viagem. É chorar junto com o primogênito.

Elisângela Carpes, Iára Pereira Claudio, Jaciana Branco e Sabrina Han vivem situações diferentes, mas com a mesma intensidade e dedicação que traduzem o ato de ser mãe.

Há quase 60 dias, a UTI Neonatal do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) é a casa de Elisângela. No dia 13 de março, o seu quarto filho, Luan, nasceu com apenas 1 kg. Desde então, ela viaja diariamente de Tramandaí à Capital, com o transporte da prefeitura, para ficar com o filho. Aos finais de semana, Elisângela dorme no hospital, em uma cadeira.

O almoço´e feito pela Associação dos Amigos dos Bebês Apressados (ABA), grupo de voluntários que atua na maternidade do São Lucas há sete anos. Luan está com 2,5 kg, mas ainda não teve alta, por conta de uma apneia. "Ele me reconhece, sente o meu cheiro. É meu pequeno guerreiro", diz, emocionada.

Elisângela é uma das inúmeras mães que recebem o apoio dos integrantes da ABA. As roupas doadas por eles são, muitas vezes, as primeiras e únicas que os recém-nascidos têm. Há mães, conta a coordenadora do ABA, Iára Pereira Claudio, que não possuem nem calçado.

Iára sabe o que é passar dias em uma UTI Neonatal. A mais velha dos quatro filhos nasceu prematura no São Lucas. "Ela passou dez dias internada, mas pareceram dez anos. Hoje, lembrando aquela situação, representam dez segundos, de tantas coisas boas que aconteceram na nossa vida", diz Iára, que, após 41 anos trabalhando como professora da PUCRS, programou a aposentadoria para atuar na área social.

Kaiky, nascido no dia 4, é o segundo filho de Jaciana Branco. Ele nasceu de parto normal pelo SUS. A mamãe de Kaiky e Diuly, de 1 ano e meio, conta que fez todas as consultas em um posto de saúde e elogia o atendimento. "É uma experiência maravilhosa, tão intensa quanto a primeira vez", diz.

Já a técnica em enfermagem Sabrina Han passará o primeiro Dia das Mães com Luana nos braços. O lindo bebê nasceu no dia 4, de cesariana. "Queria que fosse de parto normal, mas o cordão umbilical enrolou e optamos pela cesárea. A recuperação está sendo mais tranquila do que pensei. O sentimento de ser mãe não tem explicação. É muito emocionante", comenta.

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