Associação de Moradores da Cidade Baixa quer restrição a bares a partir das 22h

Associação de Moradores da Cidade Baixa quer restrição a bares a partir das 22h

Associação dos Bares, Restaurantes e Similares pretende buscar consenso com os moradores

Camila Diesel / Rádio Guaíba

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A Associação de Moradores da Cidade Baixa considera que a recomendação do Ministério Público para que a Prefeitura de Porto Alegre passe a proibir os estabelecimentos do bairro de funcionar depois da meia-noite é positiva, mas não resolve o problema. Segundo o presidente da associação, Zilton Tadeu, o ideal é que os bares encerrem as atividades externas ainda mais cedo, às 22h.

“O bar que quer continuar funcionando, funciona. Mas não com mesa e cadeira na calçada. Não de porta aberta, não sem vedação acústica. Os bares podem funcionar 24 horas por dia. Não temos problema nenhum com os bares. O nosso problema é com a perturbação do sossego público”, disse Tadeu.

Comerciantes locais alegam que menos pessoas na rua significa maior insegurança. No entanto, o representante dos moradores rebate: “O bar funcionando até as 22h é um elemento para segurança. Mas depois das 22h, a Brigada Militar e a guarda municipal precisam assumir suas obrigações”.

Conforme o ministério público, o documento decorre de reclamações dos moradores do bairro, inconformados com o horário ampliado de funcionamento de casas noturnas nessa região da cidade (2h da madrugada em fins de semana e vésperas de feriado e até a 1h nos demais dias da semana, com tolerância de meia hora). Os moradores dizem, ainda, que no bairro há estabelecimentos noturnos clandestinos ou com funcionamento em contrariedade com o licenciamento, além de haver aglomeração de pessoas nas madrugadas, causando perturbação de sossego.

Comerciantes vão buscar diálogo

Membros da Associação dos Bares, Restaurantes e Similares da Cidade Baixa (Abresciba) se reuniram na tarde deste sábado e definiram que vão buscar o diálogo. “Uma coisa que a associação tem como prioridade é manter esse bairro atuante, vivo, com movimento. Temos uma grande quantidade de empreendimentos que atendem a população de Porto Alegre com a ideia de um bairro noturno. Isso é claro pra todo mundo. Então, vamos procurar o MP e entender qual é o objetivo que eles têm com relação a isso e tentar chegar a um consenso”, disse a consultora da Abresciba, Maria Isabel Mehne.

Para o coordenador da Associação, Ulisses de Araújo e Silva, o maior problema em relação à perturbação do sossego não se refere aos comércios instalados, mas sim aos ambulantes. “Se fechar as casas na Cidade Baixa vai ser muito pior. Não vai ter ninguém na rua e vai gerar ainda mais desemprego. São mais de 100 bares e cada um emprega umas 15 pessoas. E acredito que vai ter até bar fechando”, disse.

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