Atos na Capital pedem punição e lembram acidente da TAM

Atos na Capital pedem punição e lembram acidente da TAM

Em Porto Alegre, Afavitam busca apoio para Memorial orçado em R$ 1 milhão

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Familiares homenageiam vítimas de acidente da TAM em Porto Alegre

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A terça-feira é marcada por atos de familiares das 199 vítimas do acidente com o Airbus 320 da TAM, ocorrido há cinco anos no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Os parentes se reuniram na rotatória da avenida Severo Dullius, junto ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, de onde partiu o voo JJ3054 com destino a capital paulista. Ali, eles recordaram os entes queridos perdidos na tragédia e voltaram a pedir punição aos responsáveis pelo acidente.

• Relembre a cobertura do Correio do Povo da tragédia

Vestindo uma camiseta com os dizeres “Será que a impunidade vai virar regra?”, a viúva Joice Oliveira, que perdeu o marido Fernando Oliveira, então com 53 anos no acidente, pede a condenação máxima aos acusados. “Está demorando, mas nós não vamos desistir. Isso é para que sirva de exemplo. Tudo que é errado nesse país tem que ter uma correção. Eu reforço mais uma vez que os juízes, os magistrados que se encontram com esses processos, eles estão estudando com muito carinhos os casos. Eu acredito que eles vão dar penas pesadas mesmo”, afirma.

Os familiares enfeitaram a avenida Severo Dullius com flores e fitas. Um ano após a tragédia, em maio de 2008, membros da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054 (Afavitam) plantaram 199 árvores ao longo da via em homenagem às vítimas. Depois, os parentes seguiram para o saguão do Aeroporto Salgado Filho, onde, com cartazes e fotos das vítimas, realizaram um protesto, novamente pedindo justiça. Às 18h30min haverá uma missa na Catedral Metropolitana.

Em São Paulo, o Memorial 17 de Julho será inaugurado às 18h45min. Localizado em frente à cabeceira da pista do terminal, o espaço fica no local onde um prédio foi atingido pela aeronave. As famílias pedem que as pessoas compareçam à inauguração com camisetas brancas e levando flores da mesma cor para homenagear as vítimas. Às 18h51min, horário exato do acidente e da primeira explosão da aeronave, será feito um minuto de silêncio.

Em Porto Alegre, familiares buscam apoio para Memorial orçado em R$ 1 milhão

Em Porto Alegre, os familiares das vítimas começaram a negociar com a Prefeitura a construção de um memorial. Segundo o presidente da Afavitam, Dario Scott, que perdeu uma filha de 14 anos na tragédia, o projeto é de colocar no chamado Largo da Vida, na rótula da avenida Severo Dullius, uma escultura com 199 estrelas em forma de espiral. A obra deve ser executada pelo artista Carlos Tenius. O custo da obra é estimado em R$ 1 milhão. De acordo com o Scott, a idéia é buscar o apoio da Prefeitura e também de empresas privadas para o projeto.

Julgamento ainda deve demorar

Os três réus denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) solicitam absolvição sumária no processo, que está parado. A então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, e os ex-diretores da companhia Alberto Fajerman e Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro respondem por "atentado contra a segurança no transporte aéreo e ainda não foram ouvidos pela justiça.

Eles são acusados de negligência e imprudência na operação dos voos da TAM e do Aeroporto de Congonhas, que não apresentava boas condições na ocasião do ocorrido. O procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pela denúncia há cerca de um ano, acredita que seja improvável a absolvição, mas diz que o julgamento ainda deve demorar cerca de dois anos, conforme o andamento do processo.

A pena para os réus pode variar entre um a três anos, se o juiz entender que o crime foi culposo (sem intenção). Levando em conta agravantes como o número de mortos, pode aumentar em até quatro vezes.

O acidente

Na noite de 17 de julho de 2007, o Airbus que saiu da capital gaúcha em direção a São Paulo não conseguiu frear na pista do aeroporto de Congonhas, molhada pela chuva, e colidiu contra um prédio da TAM. A aeronave e o edifício pegaram fogo, matando 199 pessoas. No avião estavam 187 e nas proximidades do terminal, 12.

O acidente foi o auge da crise aérea no País, e acabou com a substituição do então ministro da Defesa, Waldir Pires, por Nelson Jobim. Entre as medidas adotadas posteriormente para melhorar as condições no setor, houve diminuição no número de voos em Congonhas e a transferência de alguns para o Aeroporto de Guarulhos.

Com informações do repórter Marcelo Magalhães



Familiares homenageiam vítimas de acidente da TAM em Porto Alegre | Foto: Paulo Nunes





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