Audiência pública discute distribuição de recursos aos hospitais com programa do governo do RS

Audiência pública discute distribuição de recursos aos hospitais com programa do governo do RS

Deputados debateram, nesta quarta-feira, programa Assistir em Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa

Cláudio Isaías

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O programa Assistir foi tema da audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, realizada nesta quinta-feira, na Assembleia Legislativa do Estado. A audiência foi feita em conjunto com a Comissão de Segurança e Serviços Públicos para debater as condições dos hospitais do Rio Grande do Sul com a implementação do programa Assistir. A iniciativa da audiência foi dos deputados  Thiago Duarte (DEM), Faisal Karam (PSDB), Valdeci Oliveira (PT) e Jeferson Fernandes (PT). 

O deputado Thiago Duarte (DEM) afirmou que com o programa muitos municípios e hospitais deixarão de atender alguns serviços médicos. "Não existe mágica nesse processo e na medida que são retirados recursos financeiros os serviços terão que ser fechados", explicou.

"Estamos prevendo o fechamento de serviços nos hospitais gaúchos", comentou ao questionar quem fará atendimento caso o hospital de Viamão não tiver condições de atender, se o hospital de Parobé não conseguir manter a maternidade, ou de Taquara fechar a hemodiálise.

De acordo com o deputado Pepe Vargas (PT), 56 hospitais terão diminuição de recursos financeiros, prejudicando o funcionamento dessas instituições de saúde. "É impensável reduzir os recursos dos hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS)", acrescentou.

O presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), Sebastião Melo, afirmou que muitos municípios poderão ter uma abrupta e considerável diminuição nos aportes de recursos estaduais. Somente em três hospitais da rede de saúde da Capital -  Pronto Socorro, Restinga e Presidente Vargas - a prefeitura de Porto Alegre perderia quase R$ 40 milhões. “É preciso encontrar uma solução justa e que contemple as diferentes realidades dos municípios”, comentou.

Sobre o programa Assistir 

O programa Assistir foi lançado em agosto pelo governo do Estado, com o objetivo de distribuir incentivos hospitalares de forma "mais justa e transparente". Conforme o Executivo estadual, foram dois anos e meio de estudos técnicos para padronizar e tornar mais transparentes e justos os critérios de distribuição de incentivos hospitalares.

"O Assistir é um programa inovador que promove uma mudança profunda no conceito de repasse de recursos estaduais às instituições hospitalares vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado", destacou o governador Eduardo Leite na época do lançamento.

“O Assistir é uma marca na relação do Estado com o sistema hospitalar gaúcho, por uma série de motivos. Principalmente porque o Assistir se encaixa em alguns princípios da nossa gestão: o da transparência, que buscamos em todas as nossas políticas; o da justiça, pois somos incansáveis na busca pela distribuição equânime dos recursos, a partir de critérios que sejam técnicos e da prestação efetiva de serviços; e o do controle, pois entendemos que políticas públicas eficientes dependem de sistemas de monitoramento capazes de acompanhar o uso de cada centavo do dinheiro público”, destacou o governador.

Os recursos do Tesouro estadual utilizados para suplementar serviços prestados por hospitais financiados com verbas federais foram analisados desde o início do atual governo pelo Departamento de Gestão da Atenção Especializada (DGAE), e pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), com a participação de diversas entidades.

162 hospitais terão acréscimos nos recursos

No Rio Grande do Sul, dos 218 hospitais aptos a receberem incentivos estaduais por se enquadrarem nos critérios estabelecidos pelo Assistir, 162 terão acréscimo nos recursos com o novo programa. Além disso, passam a integrar o sistema mais 12 hospitais localizados nas macrorregiões Norte, Serra Missioneira, Metropolitana e Centro-Oeste, que não recebiam nenhum incentivo estadual.

Com o programa Assistir, o DGAE estima um aumento de mais 2.850 cirurgias de média complexidade por mês e 34.200 por ano, com aumento de 121%, assim como 2.640 novos atendimentos clínicos por mês e 31.680 por ano, uma ampliação de 57%.

O novo método de distribuição dos incentivos estabelece que os hospitais contratualizados pelo Programa Assistir deverão prestar pelo SUS os seguintes serviços: porta de entrada (urgência e emergência), maternidade, maternidade de alto risco, ambulatório de gestação de alto risco, ambulatório de egressos de UTI neonatal, ambulatórios de especialidades, de doenças crônicas, de idosos e de feridas, leitos de saúde mental e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), procedimentos e exames em oncologia, leitos de hospitais de pequeno porte e leitos de saúde prisional.


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