Audiência sobre reforma do Cais Mauá tem hostilidades e confronto verbal

Audiência sobre reforma do Cais Mauá tem hostilidades e confronto verbal

Parte dos presentes gritou contra proposta prevista e outros deram aval para o projeto

Nildo Júnior

Parte dos presentes gritou contra proposta prevista e outros deram aval para o projeto

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A audiência pública sobre a revitalização do Cais Mauá, realizada nesta sexta-feira no ginásio de esportes do Grêmio Náutico União, foi sob vaias e com cartazes contra o projeto. Cerca de 400 pessoas que compareceram na audiência foram, em sua maioria, contrárias ao que foi apresentado pelo consórcio Cais Mauá S/A.

O diretor de Operações do consórcio, engenheiro Sérgio Lima, destacou que o projeto prevê a criação de 20 mil empregos diretos e indiretos, além de injetar R$ 1 bilhão na economia da Capital. “É uma obra privada de caráter público. Vai ser bom para Porto Alegre porque vai trazer turistas e mais dinheiro em turismo”, garantiu.

Ao término da sua apresentação, uma parte do público gritava em coro: “Não vai ter shopping, não vai ter torre”. Um outro grupo, que estava na arquibancada do ginásio, berrava contra os que eram contra o projeto: “Nazista, facistas, petistas”.

A vereadora Fernanda Melchionna, PSol, tentou intervir junto à mesa da audiência, que respondia a perguntas feitas por e-mail. “Esta audiência foi feita pela força da lei. É um jogo de cartas marcadas, com cartas escolhidas para que eles possam responder o que querem”, apontou. O vereador João Carlos Nedel, PP, deu seu apoio ao projeto. “Vejo que isto vai mudar a cidade, vai trazer turismo e vai renovar Porto Alegre”, disse.

O vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, seção RS (IAB/RS), Rafael Passos, questionou o projeto que vai retirar 330 árvores, vai criar um estacionamento para 4,1 mil carros e 300 vagas para bicicletas. “O Cais Mauá está inserido na história de Porto Alegre desde sua construção. Este projeto está perdendo a chance de revitalizar o Centro Histórico. Nunca teve debate público. Estamos jogando a história de política participativa da cidade no lixo”, afirmou Passos.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul, (Sinduscon-RS), Ricardo Antunes Sessegolo, comemorou a apresentação e disse que conta as horas para o ínício das obras. “A indústria da construção civil emprega 150 mil pessoas em Porto Alegre. Trazemos o nosso apoio para este empreendimento que segue um modelo que não temos na cidade. Só pedimos que seja utilizada a mão de obra daqui”, completou.

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