Autotestes não devem garantir atestado médico ou aval a viagens

Autotestes não devem garantir atestado médico ou aval a viagens

Apenas testes PCR e de antígeno têm a capacidade de diagnóstico

R7

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Medida defendida pelo governo federal para ampliar a capacidade de detectar a Covid-19 no Brasil, a implementação dos autotestes não vai substituir a política pública de testagem em massa. Mesmo com um resultado positivo indicado pelos exames rápidos, as pessoas precisarão fazer testes RT-PCR ou de antígeno caso necessitem de um atestado médico ou aval para realizar uma viagem. Essas e outras especificações constam nas informações que serão apresentadas pelo Ministério da Saúde à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

A pasta planeja entregar as últimas respostas solicitadas pela reguladora nesta terça-feira (25). Diferentemente do solicitado inicialmente pela Anvisa, a autotestagem não deve configurar uma política pública, até mesmo porque não há previsão por parte do governo em oferecer gratuitamente os exames. A ideia é que a estratégia funcione como um braço da política de testagem em massa já existente no Brasil. 

Desta maneira, o governo pleiteia a liberação da comercialização dos autotestes em farmácias e estabelecimentos de saúde como um mecanismo para agilizar e ampliar a detecção do vírus. Por se tratar de testes rápidos, os autotestes não possuem a capacidade de diagnosticar a doença e, por isso, um exame do tipo RT-PCR ou de antígeno se fará necessário para comprovar que o paciente está infectado pela Covid. 

Sem um exame de diagnóstico, por exemplo, um viajante não pode entrar no Brasil. O teste rápido também não serve como uma comprovação para afastamento no trabalho. Se fará necessário, portanto, uma validação do autoteste nesses casos, fazendo com que a população procure unidades de saúde e laboratórios. O Ministério da Saúde precisa detalhar à Anvisa como irá garantir que a população seja devidamente instruída em como proceder a partir de um autoteste com resultado positivo. 

A notificação compulsória também deve ser preservada, de forma a proporcionar um monitoramento, isolamento de casos e contenção da disseminação do vírus. As novas informações que serão levadas à Anvisa também detalham como os profissionais e a rede de saúde devem receber esse paciente e dar prosseguimento ao atendimento. 

A partir das informações, a Anvisa pretende elaborar uma resolução para conduzir a estratégia de testagem, que deve ser votada pela diretoria colegiada na próxima semana. A agência chegou a adiar a decisão de autorizar ou não a implementação dos autotestes no Brasil, estabelecendo o prazo de 15 dias para a realização de diligências a fim de sanar dúvidas e gargalos. 

O Ministério da Saúde defende a autotestagem como estratégia complementar para ampliar o diagnóstico da Covid-19 no Brasil. Segundo o ministro Marcelo Queiroga, a autotestagem vem no "sentido de ampliar o acesso ao diagnóstico". "Isso também, de certa maneira, diminui a pressão sobre as unidades de saúde, porque hoje muita gente procura a unidade e não está [com resultado] positivo [para a doença]."


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