Barra do Ribeiro contabiliza prejuízos após chuva intensa

Barra do Ribeiro contabiliza prejuízos após chuva intensa

Moradores relatam perdas materiais e de animais em decorrência de alagamentos

André Malinoski

Moradores relatam perdas materiais e de animais em decorrência de alagamentos

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Os habitantes de Barra do Ribeiro, município localizado a 61 quilômetros de Porto Alegre, contabilizavam os prejuízos depois da forte chuva registrada na última terça-feira. No Distrito de Douradilho, a Travessa 1 ainda estava alagada até a tarde desta quarta-feira. Era possível ver nas paredes do lado de fora das casas a marca da altura da água.

“Entrou água na garagem, no pátio e nos fundos”, enumerou o morador Nestor Denski. A situação não foi muito diferente nas residências do outro lado da ERS 713. “A minha casa encheu em torno das 15h30min. Começamos a levantar tudo, móveis e sofás. A água não tinha como escorrer, porque não tem encanamento adequado”, reclamou o morador Paulo Carvalho de Almeida. As pessoas tiravam água de dentro de casa em baldes, enquanto lembravam da quantidade da chuva do dia anterior. “Na minha casa, a água chegou a 1 metro de altura. O problema é a vazão, pois nos deixaram com esgoto planejado de forma errada”, explicou o vizinho Jorge Bortolotti. “Se não fizerem o esgoto, não tem solução”, lamentava. Uma moradora relatou a morte de galinhas em função da velocidade com que os pátios ficaram alagados.

A comerciante Angélica Silva Alencastro contou que os moradores da região de Douradilho escreveram um abaixo-assinado para o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), com o intuito de resolverem outros problemas enfrentados neste trecho da ERS 713. “Estamos pedindo acostamento, redutor de velocidade e faixa de pedestre em frente da escola e do comércio. O pessoal passa de carro muito rápido por aqui”, atesta. A mesma moradora fazia outra reclamação: “Aqui no Douradilho não temos posto de saúde aberto a semana toda. Só podemos adoecer nas quintas-feiras”, ironizou, lembrando que os problemas decorrentes das chuvas ocorrem pelo esgoto que não foi consertado corretamente e pelo asfaltamento planejado de forma errada. “Choveu muito em Douradilho na terça-feira”, reconheceu Guilherme Oliveira Almeida, funcionário de um supermercado da região.

Mais adiante, na divisa de Barra do Ribeiro com Sentinela do Sul, o comerciante Luiz Carlos lembrou que a chuva forte costuma alagar o canteiro no meio da via. “A água desce direto dos morros e invade a pista. Os caminhões passam e levantam água”, relata, citando que os moradores pedem para a prefeitura dar um jeito nos encanamentos da região.

Barra do Ribeiro e o seu entorno foram as localidades onde mais choveu no Brasil na terça-feira. Foram registrados 250 milímetros no Douradilho, 205 mm na Estrada Cavalhada e 175 mm em Sentinela do Sul, o que contribuiu para os vídeos que circularam em redes sociais e pelo WhatsApp mostrando trechos de ruas e casas alagadas.

“A respeito do escoamento das águas para nossos afluentes em área urbana estamos analisando a situação com a Defesa Civil e vamos informar quando houver alguma novidade”, informou por suas redes sociais a prefeitura do município. As áreas de pastagem e os açudes estavam com bastante volume de água perto da estrada. O Arroio Ribeirinho, em Mariana Pimentel, também parecia cheio.

Em localidades como a Ilha da Pintada, a Ilha das Flores e a Ilha Grande dos Marinheiros a chuva não deixou maiores marcas. “Aqui não deu nada e o volume do rio está baixo”, relatou o presidente da Colônia de Pescadores da Ilha da Pintada, Gilmar Coelho. O morador da Ilha Grande dos Marinheiros Carlos Mallet, que passeava de bicicleta perto do meio-dia desta quarta-feira, explicou o porquê de a situação estar tranquila. “Choveu muito, mas o vento sudeste baixa o nível do rio”, ensina.

Tombamento na BR 116

Um caminhão carregado com 23 mil quilos de farelo de trigo tombou no km 335 da BR 116, entre os acessos a Tapes e Barra do Ribeiro, por volta das 20h30min de terça-feira. O motorista Marcos Mayer, de 39 anos, não teve ferimentos e recebeu o auxílio de soldados do Exército para sair do veículo. “Eu vinha no sentido Interior-Capital e o Exército já estava sinalizando devido ao excesso de água na pista. Fui indo, mas o caminhão aquaplanou e tombou. O cara entra em pânico”, relatou o condutor.

“Fizeram a duplicação da BR 116, mas uma pista está mais alta do que a outra neste trecho”, observou enquanto aguardava o serviço do seguro chegar. A carga que o motorista transportava desde Camaquã tinha como destino final Santo Cristo.

 


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