Barreira ecológica vai conter acúmulo de lixo no Dilúvio

Barreira ecológica vai conter acúmulo de lixo no Dilúvio

Obra deve ser inaugurada em março

Correio do Povo

Eco Barreira é projeto da Safeweb

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Para conter o acúmulo de lixo no Arroio Dilúvio e impedir que os resíduos cheguem ao Guaíba, em Porto Alegre, está sendo construída uma barreira ecológica. Nesta terça-feira, o prefeito José Fortunati acompanhou o andamento da obra que deverá ser inaugurada no mês de março. 

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A obra, parceria entre a Prefeitura de Porto Alegre e a iniciativa privada, foi firmada para a implantação do projeto Eco Barreira. A estrutura será instalada no curso d’água, no trecho entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Beira Rio, proximidades da foz do arroio. A base da obra é composta de pórtico, troller, esteira, monovia e contêiner de coleta. Junto com essa estrutura de 20 centímetros de profundidade será implantado um novo sistema de cobertura com plantas e raízes que ajudam na limpeza da água - as chamadas ilhas flutuantes.

O projeto foi idealizado pela empresa Safeweb e será implantado em caráter experimental, sem ônus para o município. O prefeito destacou que a iniciativa foi aprovada pelos benefícios apresentados em relação a sustentabilidade. “Infelizmente, o poder público não pode utilizar recursos públicos para fazer testes. É uma iniciativa ousada, mas com base cientifica e que já foi implantada em vários lugares do mundo. Nosso objetivo é melhorar as condições de sustentabilidade na nossa cidade”, disse Fortunati.

Conforme o prefeito, são dois sistemas inovadores que permitirão que a água que passa pelo Arroio Dilúvio chegue no Guaíba em melhores condições. Além disso, lembrou o trabalho realizado para conscientização da população para o descarte irregular de resíduos sólidos no arroio, tanto em Porto Alegre como em Viamão.

“A ideia da barreira ecológica veio da necessidade de tentar ajudar a limpar o Lago Guaíba. Nossa idéia é fazer outras ações ao longo do arroio para contribuir com a diminuição do lixo”, ressaltou o vice-diretor da empresa responsável pela projeto, Luis Carlos Zancanella Junior.

A base da obra, que é a parte em terra está sendo executada pela empresa Safeweb. Os trabalhos iniciaram no dia 11 de janeiro e devem ser finalizados até março. Após a instalação da estrutura serão implantadas as ilhas flutuantes - um tipo de telhado vegetal que visa fazer o tratamento biológico dos resíduos. A tecnologia aplicada usa a própria natureza (com plantas e raízes) para fazer a limpeza dos resíduos. Esta estrutura será realizada pela empresa Eco Telhados.

O projeto é uma parceria do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) em parceria com a empresa Safeweb Segurança da Informação Ltda.

Caberá ao DEP fiscalizar a operação do equipamento e sua eficácia, verificar a coleta de entulhos e resíduos capturados pela barreira ecológica. O DMLU deverá retirar os resíduos coletados sempre que necessário, bem como ser responsável pelo translado dos containêres com os materiais retirados. À Safeweb, cabe a implantação do sistema, execução técnica e manutenção do serviço contratado.

O projeto será implantado em caráter experimental e será acompanhado durante um ano, através das três instâncias. Neste período, ele será permanentemente avaliado em termos de resolutividade, podendo vir a ser adotado como uma das práticas na recepção e coleta de lixo em arroios.

Acúmulo de lixo

Na última limpeza da superfície de toda a extensão do Arroio Dilúvio, realizada entre setembro e outubro de 2015 o DMLU removeu mais de 65 toneladas de resíduos. A ação contou com o apoio de barcos e equipe de 25 garis e caminhões. Levou vários dias e teve que ser interrompida devido às fortes chuvas e enchente e para garantir a seguranças dos trabalhadores.

Nas limpezas, o DMLU busca sensibilizar a população para o descarte adequado dos resíduos. Conforme o Novo Código de Limpeza Urbana, jogar, descartar ou abandonar resíduos nas margens ou dentro de rios, córregos e arroios é considerado multa gravíssima, e o infrator fica sujeito à multa de R$ 4.757,62.

Em 2013 e 2014, foram retiradas 267 e 200 toneladas, respectivamente, de materiais como pneus, garrafas pets, sofás, sacolas plásticas, chinelos, sapatos, carrinho de bebê, cadeiras de rodas, piscina plástica, fogão, geladeira, carcaça de computador, de televisor, de ventilador e de orelhão, embalagens longa vida, roupas, colchões, isopor, lonas, mamadeira, bicicletas, panelas, canos de PVC, vasos de plantas e até uma banheira de hidromassagem do arroio.



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