Bebê que nasceu com 380 gramas ganha alta em Porto Alegre
Vitória deixou o hospital com 2,2 quilos e 28 centímetros
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“Vitória ainda terá o acompanhamento de um oftalmologista nas primeiras semanas, mas nada muito preocupante diante do que ela teve que superar”, afirmou a médica Silvana Streit Pires, que coordena a equipe da UTI Neonatal. “Mesmo com todo o cuidado que recebeu desde o parto, foi uma recuperação realmente surpreendente”, salientou a neonatologista.
De acordo com nota oficial do hospital, o quadro de hipertensão da mãe precipitou o parto. Além de ser o primeiro bebê a nascer nestas condições tão críticas, Vitória sobreviveu sem sequelas.
“Normalmente, o principal parâmetro para se definir as chances de sobrevivência de um prematuro é o peso: 500g é o padrão. Vitória chegou com bem menos que isso, o que dá uma dimensão do desafio que foi garantir a sobrevivência desta criança”, destaca Silvana.
Lisandra Perna, 25 anos, mãe de Vitória, realizava os exames rotineiros no HMIPV, sempre acompanhada pelo marido. Mas as condições clínicas dela acabaram apressando o parto. A cesárea foi considerada muito difícil, por todas as circunstâncias. Os órgãos já estavam formados, mas eles ainda não tinham condições de funcionar sem ajuda externa.
Vitória não podia respirar sem auxílio de ventilação mecânica; a alimentação específica para bebês nestas condições só podia chegar ao minúsculo aparelho digestivo através de sondas; e a temperatura corporal só se mantinha em incubadoras especiais. Cada dia era uma dura batalha pela sobrevivência.
Pouco a pouco, sob os cuidados intensos e permanentes das equipes na UTI Neonatal do HMIPV, Vitória foi se fortalecendo. Depois de 118 dias, ela ganhou a alta hospitalar.