Bicicletas disputam espaço com carros em Porto Alegre

Bicicletas disputam espaço com carros em Porto Alegre

Com mais de 1,4 milhão de habitantes, Capital tem menos de oito quilômetros de ciclovias

Luiz Sérgio Dibe / Correio do Povo

Bicicletas disputam com carros em Porto Alegre

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Carros, motos, ônibus, caminhões, táxis, lotações, bicicletas e transeuntes competem todo dia por cada palmo de chão nas concentrações populacionais do Brasil e do mundo. Em Porto Alegre, não é diferente. Os conflitos da mobilidade urbana são parte do cotidiano na Capital. Com a carência de ciclovias, a busca pelo melhor caminho é constante.

Também se torna motivo de queixa e preocupação para o aposentado Jobes Teixeira, de 81 anos. Para ele, passear e cumprir tarefas do dia a dia são, por vezes, um desafio. "A gurizada abusa, toma conta das calçadas", reclama Jobes.

Ele é morador do bairro Moinhos de Vento e reconhece que, naquele local da cidade, não há espaços bem definidos para os que usam bicicleta. "Faz bem pedalar. Não causa poluição e evita o trânsito, que anda tão complicado. Mas é preciso ter regra para isso. É necessário respeitar quem está a pé nas calçadas", lembra o aposentado.

Regra há. O Código Brasileiro de Trânsito (CBT) define que bicicletas são veículos. E o tráfego ciclístico deve ocorrer sobre a via, ao lado direito dos automóveis e, sempre, no mesmo fluxo da mão de trânsito – jamais na contramão. Conforme o diretor da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, embora o CBT expresse a norma, é difícil fiscalizar e autuar incorreções na conduta de ciclistas e pedestres pela ausência de regulamentação.

Para Cappellari, mais que a determinação legal, o que deve valer nas ruas e calçadas é o bom senso e o respeito mútuo entre os usuários. "Nosso conselho é sempre pelo respeito e o cuidado com a vida de quem está no trânsito", afirma.

Entretanto, mesmo com a boa prática de civilidade vigorando, o conflito se torna inevitável em uma metrópole – onde há mais de 1,4 milhão de habitantes e mais de 600 mil veículos rodando – que possui menos de oito quilômetros de ciclovias. De acordo com a EPTC, essa condição estará menos desequilibrada nos próximos anos. A principal novidade é a ciclovia da avenida Ipiranga, que terá 9,4 km de extensão, entre as avenidas Beira-Rio e Antônio de Carvalho.

Zonas Sul e Norte contempladas

O projeto funcional da ciclovia da Ipiranga foi elaborado pela Gerência de Planejamento Estratégico da EPTC e a execução da obra será de responsabilidade de dois grupos empresariais da Capital, como contrapartida social sobre empreendimentos estabelecidos na cidade. Além da Ipiranga, no caminho para a zona Leste, a avenida Sertório, rumo à zona Norte, terá mais 8 quilômetros de via exclusiva para bicicletas. Na zona Sul, estão ativas as ciclovias da Restinga (4,6 quilômetros de percurso), da Diário de Notícias (2 quilômetros) e de Ipanema (1,2).

Porto Alegre concluiu seu Plano Diretor Cicloviário em 2008. Estudos técnicos apontaram que a cidade poderá ter até 495 quilômetros de ciclovias sem comprometer seu desenvolvimento.

Na Copa, Porto Alegre deve ter 25 quilômetros de ciclovias

A expectativa é de que até a Copa do Mundo de 2014 Porto Alegre tenha mais de 25 quilômetros de ciclovias em funcionamento. Atualmente, para o ciclismo de lazer, durante os domingos são fechados os corredores de ônibus da III Perimetral, Aureliano de Figueiredo Pinto (Cascatinha) e Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio).

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