Bloqueios de caminhoneiros diminuem, mas ainda atingem cinco rodovias no país

Bloqueios de caminhoneiros diminuem, mas ainda atingem cinco rodovias no país

Segundo o governo, havia interdições em vias da Bahia, Maranhão, Minas, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina

R7

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Em meio à forte mobilização do governo federal, com a participação pessoal do presidente Jair Bolsonaro, para convencer os caminhoneiros a liberar as rodovias ao redor do país, 14 estados ainda registravam, às 11h desta quinta-feira, concentrações de motoristas e veículos em vias federais. 

A informação é do boletim mais recente do Ministério da Infraestrutura, com base em informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que informa ainda que, no mesmo horário, havia interdições em apenas cinco estados: Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

"Nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia, Pará e Roraima o trânsito está liberado, mas ainda há abordagem a veículos de cargas", diz nota do ministério.

O governo federal divulgou ainda a lista dos novos corredores logísticos essenciais para o livre trânsito de caminhões abertos, agora pela manhã, pela PRF entre 8h e 11h. São eles:

BR-116/Bahia (Feira de Santana)
BR-101/Bahia
BR-101/Sergipe
BR-101/Pernambuco (Igarassu)
BR-116/Rio Grande do Sul (Vacaria)
BR-392/Rio Grande do Sul (Pelotas)

No primeiro informe, a lista trazia a seguinte de lista de vias liberadas:

- BR-040/Minas Gerais
- BR-116/Rio de Janeiro (Dutra/Barra Mansa)
- BR-040/Rio de Janeiro (Reduc)
- BR-101/Espírito Santo
- BR-376/Paraná
- BR-153/Goiás (Anápolis)

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores, em Brasília, que irá se reunir ainda hoje (9) com representantes da categoria. 

"Eu tenho uma hora na manhã... já tenho o tempo tomado com o pessoal dos Brics, uma hora, mas estou mais cedo também. Nesses dois intervalos vou conversar com os caminhoneiros para a gente tomar uma decisão", afirmou.

Embora aparente perda de força em relação a ontem, o governo teme que a paralisação possa se estender e comprometer ainda mais a economia. Na manhã de hoje, o IBGE divulgou o novo índice da inflação oficial (IPCA), que avançou 0,87% em agosto, maior alta para o mês em 21 anos.

Durante a madrugada, o presidente Jair Bolsonaro enviou uma mensagem, em áudio, para as lideranças dos caminhoneiros a fim de pedir o fim das paralisações.

"Fala para os caminhoneiros aí que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia e isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo e, em especial aí, os mais pobres. Então, dá um toque aí nos caras, se for possível, e vamos liberar, tá ok?", disse.

Desabastecimento

O vice-presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Marcio Milan, afirmou na manhã de hoje que "não há necessidade de o consumidor correr" para estocar produtos alimentícios. "Estamos monitorando junto ao governo federal no sentido de identificar possíveis movimentos. Por enquanto não corremos o risco de desabastecimento. Não há necessidade de o consumidor correr para fazer estoques", disse.

Na avaliação de Milan, o movimento "não está se firmando". "Cremos que nos próximos dias o movimento já terá terminado por que hoje já está menor", disse o executivo da Abras. "O movimento é pontual e está em algumas localidades. Não temos nenhum indicativo de que a movimentação vai se alongar por mais de dois dias."

O mais recente movimento dos caminhoneiros ocorreu após os discursos inflamados de Bolsonaro no feriado da Independência, em 7 de setembro. No dia, o presidente voltou a criticar o STF (Supremo Tribunal Federal). Entre as pautas, os apoiadores querem a dissolução da Suprema Corte, o que é inconstitucional.


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