BM dispersa protesto contra PEC do teto de gastos em Porto Alegre
Multidão percorreu ruas centrais e tropa de choque avançou com bombas de gás na Osvaldo Aranha
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A Brigada Militar dispersou pela segunda vez um protesto contra a PEC 241, nesta segunda-feira, em Porto Alegre. Por volta das 21h15min, o batalhão de choque avançou sobre a multidão que criticava o projeto que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos.
Depois de passarem em frente ao Paço Municipal e ao Mercado Público, onde subiram sobre o arco na entrada para o Trensurb, os manifestantes seguiram para o Túnel da Conceição. A caminhada seguiu rumo à João Pessoa e, na volta ao Centro, bloqueou temporariamente a avenida Loureiro da Silva. O grupo portava bandeiras e cartazes contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB), que enviou o texto ao Congresso, e contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Manifestantes entram na Reitoria da UFRGS. BM arremessa bombas de efeito moral contra jovens que revidam @RdGuaibaOficial @correio_dopovo pic.twitter.com/vQSLXhNuZd— Lucas Rivas (@lucas_rivas) 24 de outubro de 2016
Quando o grupo percorria a avenida Osvaldo Aranha, alguns contêineres foram derrubados, mas vários erguidos pelos próprios participantes. Nas proximidades do Hospital de Pronto Socorro, porém, vidraças de bancos foram quebradas. Depois disso, bombas de gás e efeito moral começaram a ser lançadas, seguidas do avanço da tropa de choque. Muitos manifestantes entraram no Parque da Redenção, tentando continuar o movimento, mas a BM entrou no local para seguir dispersando os participantes.
Outro grupo procurou abrigo dentro da reitoria da UFRGS e o prédio foi cercado pela BM. Um cordão foi posicionado no entorno do Instituto Flores da Cunha, com novo lançamento de bombas de gás. "A BM atuou na garantia dos direitos de todas as pessoas dessa cidade. Era um movimento pacífico e ordeiro até chegar na Osvaldo. Começaram a quebrar vidraças de bancos e lojas. A partir daí, agimos, pois não é tolerável uma questão dessa. Se existem crimes, nós vamos atuar", afirmou o tenente-coronel Marcus Vinícius, do 9º BPM. "Nós evitamos o contato físico, pois expõe a integridade do policial e do manifestantes. Usamos os mecanismos menos letais ou contundentes."
A PEC 241 estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos e suscita reações inflamadas por parte de quem é contra. Pela manhã, manifestantes bloquearam a avenida Mauá no sentido de entrada em Porto Alegre. O protesto causou reflexo no tráfego de veículos pela avenida da Legalidade e da Democracia e só terminou após a intervenção da Brigada Militar (BM), que usou bombas de gás lacrimogêneo contra os integrantes da passeata. Após dispersar a maior parte do grupo, a Brigada Militar começou a se retirar, por volta das 21h30min.
Caminhada de jovens parte em direção ao Túnel da Conceição. Trânsito bloqueado na Av Julio de Castilhos @RdGuaibaOficial @correio_dopovo pic.twitter.com/g3TPjzRW2O — Lucas Rivas (@lucas_rivas) 24 de outubro de 2016
