BM impede sem-terras de ingressarem com veículos em acampamento de Viamão
MST promete manter ocupações enquanto governo não anunciar assentamentos
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Um grupo pessoas que está na área junto à ERS 040 queria ingressar no local com água potável e comida, mas os integrantes do Comando Rodoviário e do Batalhão de Operações Especiais tentaram impedir a entrada. O líder do movimento no local, João Paulo Silva, acusa a Brigada Militar de ter atirado contra as famílias e ameaçado os sem-terra de morte.
O comandante da operação no local, tenente André Furasté, nega que tenham sido disparados tiros. Ele esclarece que a ordem foi impedir a entrada de veículos que podem trazer armas e, por isso, há uma indicação para que mantimentos sejam carregados a pé.
Em Sananduva, cerca de 250 sem-terra estão acampados em uma propriedade rural a 12 quilômetros da ERS 126. A Brigada Militar informou que proprietários do local vão encaminhar pedido de reintegração de posse. O outro acampamento do movimento está localizado em Vacaria, com 400 integrantes do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens, instalados junto à BR 285.
Os sem-terra acusam o governo do Estado de descumprir acordo feito em abril deste ano, quando o governador Tarso Genro se comprometeu em agilizar a reforma agrária no Rio Grande do Sul. O movimento espera a compra de uma área no Norte do território gaúcho para assentar 100 famílias, além da desapropriação das fazendas Palermo, em São Borja, e Santa Verônica, em Santa Margarida do Sul. Eles prometem manter a ocupação enquanto o governo do Estado não anunciar novos assentamentos.
O secretário de Desenvolvimento e Cooperativismo, Ivar Pavan, disse que o governo não descumpriu o acordo e mantém o diálogo com os sem-terra. No entanto, ele alegou que o Estado não tem como fazer sozinho a reforma agrária. Conforme Pavan, é aguarda a decisão da Justiça sobre as propriedades e liberação de recursos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para a compra de áreas.