BM isola Mercado e impede entrada de comerciantes

BM isola Mercado e impede entrada de comerciantes

Perícia e Polícia Civil entraram no local para avaliar causas do incêndio

Danton Júnior / Correio do Povo

BM isola Mercado e impede entrada de comerciantes

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No dia seguinte ao incêndio que atingiu o Mercado Público de Porto Alegre, a Brigada Militar (BM) cercou o local para impedir a entrada de comerciantes. Alguns permissionários deslocaram-se até o Centro da cidade para ver o resultado do sinistro registrado às 20h30min desse sábado. 

Um dos permissionários que tentaram entrar no Mercado Público é Paulo Roberto Niada, que comercializava peixes. Segundo ele, seriam mil animais no estabelecimento. Ele tentou entrar no local para ao menos colocar oxigênio e impedir a morte dos peixes. "Pode ser que alguns tenham resistido, mas acredito que muita coisa está perdida", relatou antes de explicar que está nas imediações do Mercado Público desde as 3h da madrugada. 

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Equipes da Polícia Civil e do Instituto de Perícia ingressaram no Mercado Público para tentar descobrir quais foram as causas do incêndio que destruiu ao menos 30% do local. 

Na sede da prefeitura, na manhã deste domingo, estão reunidos desde o começo do dia, o prefeito José Fortunati, o vice-prefeito Sebastião Melo, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, o secretário estadual de Segurança, Airton Michels, e o comandante da Brigada Militar, o coronel Fábio Duarte Fernandes.

O Mercado Público


Inaugurado em outubro de 1869, o Mercado Público de Porto Alegre foi criado para abrigar o comércio de abastecimento da cidade. O local foi tombado como bem cultural em 1979 e passou por um processo de restauração entre os anos 1990 e 1997, o que garantiu ao lugar um espaço maior aos estabelecimentos comerciais, mas sempre manteve a concepção arquitetônica original.

O incêndio desse sábado não foi o primeiro enfrentado pelo Mercado Público. Em 1912, um sinistro destruiu os chalés internos. Em 1941, uma enchente atingiu o Mercado e, 38 anos mais tarde, mais dois sinistros destruíram as dependências do estabelecimento que serve como cartão postal de Porto Alegre. O local chegou a ser ameaçado de demolição durante a administração de Telmo Thompson Flores. Na época, era cogitada a construção de uma avenida.

Na década de 90, quando passou por reforma, o Mercado Público recuperou a percepção visual das arcadas. O trabalho resgatou as circulações internas, criou novos espaços de convivência e implantou redes de infraestrutura compatíveis com o funcionamento do Mercado. A nova cobertura que possibilitou a integração entre o térreo e o 2º Pavimento.

No 2º pavimento, onde antes existiam escritórios e repartições públicas, diversos estabelecimentos como restaurantes e lancherias passaram ocupar o espaço e ganharam um lugar no Mercado Público. Com nova infraestrutura, o cartão postal de Porto Alegre ganhou também um Memorial, além de duas escadas rolantes e dois elevadores. O custo da reforma ficou, na época, em R$ 9 milhões, sendo, 88% do orçamento da Prefeitura, e os demais 12% pelo Fundo Municipal do Mercado Público e doações diversas.

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