Brasil quer facilitar entrada de trabalhadores estrangeiros

Brasil quer facilitar entrada de trabalhadores estrangeiros

Ministério do Trabalho discute uma proposta de atualização na Lei de Imigração, em vigor desde 1980

Agência Brasil

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O Ministério do Trabalho discute uma proposta de atualização na Lei de Imigração, em vigor desde 1980, para facilitar o ingresso de estrangeiros no país, desburocratizar e ampliar a emissão de vistos de trabalho. De acordo com o Secretário de Inspeção do Trabalho e presidente do Conselho Nacional de Imigração, Paulo Sérgio de Almeida, a legislação é “extremamente restritiva” e dificulta a permanência de mão de obra estrangeira no Brasil.

Segundo ele, atualmente interessa ao Brasil o ingresso de mão de obra estrangeira, de baixa ou alta qualificação, e a lei dificulta a mobilidade internacional. “Se tomarmos a lei ao pé da letra, é quase impossível migrantes virem para o Brasil. Temos uma série de burocracias, controles, situações que tornam muito complicada a gestão do fluxo migratório”, explicou o secretário.

Estudo divulgado nesta quarta-feira mostra que nos últimos três anos, o número de estrangeiros trabalhando com carteira assinada no Brasil cresceu 50,9%, atingindo marca superior a 120 mil pessoas. “A nossa realidade é outra, o Brasil é um país democrático, plural, e no qual a mobilidade internacional tem a sua importância. Por isso, é fundamental que a gente mude a abordagem tradicional que está na legislação vigente”, acrescentou Almeida.

Na apresentação da pesquisa Inserção de Imigrantes no Mercado de Trabalho Brasileiro, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, destacou que o país está preparado para receber imigrantes. “O país teve grandes migrações nos séculos IX e XX, com os europeus que construíram boa parte do país. De lá para cá, muito poucos vieram para o Brasil. Agora, com o sucesso do Brasil na geração de empregos, passamos a ser um país que se tornou referência, e estamos preparados”.

Segundo o ministro, o governo tem se preocupado também com a qualificação dos estrangeiros, em especial aqueles oriundos do Haiti e de países da África, com menor qualificação e maior dificuldade com o idioma. “Eles devem também ter oportunidade de ascenderem profissionalmente. Criamos, no âmbito do Ministério do Trabalho, a Universidade do Trabalhador e ela tem como primeiro escopo a qualificação profissional e a questão da língua, com o aprendizado do português.”

A dificuldade com a língua é apontada pelo presidente da Associação de Haitianos em Brasília, Kesson Eruilus, como principal entrave para a socialização dos haitianos. “Muitos estão tendo mais dificuldade de ingressar no mercado de trabalho, principalmente as mulheres. Elas passam até oito meses para conseguir um emprego. A maioria consegue trabalho de doméstica. Essa dificuldade ocorre, principalmente, pela dificuldade com o novo idioma e a falta de experiência”, relatou Eruilus.

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