Brasil registra 904 mortes e 27.075 casos de Covid-19 em 24h

Brasil registra 904 mortes e 27.075 casos de Covid-19 em 24h

País está atrás só dos Estados Unidos (109.791) e do Reino Unido (40.548) em óbitos pela Covid-19

Correio do Povo / AE

A escalada de vítimas ocorre em meio a anúncios de planos de flexibilização da quarentena por Estados e municípios

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O Brasil contabilizou 904 novas mortes causadas pela Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total de vidas perdidas pela doença para 35.930, segundo o Ministério da Saúde. Da sexta-feira, para este sábado, houve registro de 27.075 novos casos de infecção pelo novo coronavírus e agora são 672.846 pessoas contaminadas, sendo registrados mais de 100 mil novos casos em menos de uma semana. A pasta também informou 10.209 novos pacientes recuperados da doença.

A escalada de vítimas ocorre em meio a anúncios de planos de flexibilização da quarentena por Estados e municípios, o que tem sido visto com ressalvas por especialistas.

O Brasil está atrás só dos Estados Unidos (109.791) e do Reino Unido (40.548) em óbitos por Covid-19.

Países que já viveram o agravamento da pandemia só começaram a relaxar restrições de circulação ao menos um mês depois do pico. EUA, Reino Unido, Itália, França e Espanha esperaram, em média, 44 dias após o pico para flexibilizar quarentenas, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo.

A projeção do avanço do coronavírus no Brasil feita pela Universidade de Washington foi atualizada pela segunda vez, e agora prevê 165,9 mil mortes causadas pela Covid-19 no País até 4 de agosto.

A primeira estimativa para o Brasil, feita em 12 de maio, projetava 88 mil mortes. O dado foi alterado para 125,8 mil mortes no último dia 25 e novamente revisado neste sábado, dia 6.

Dados incompletos do coronavírus no Brasil

Desde quinta-feira, da última semana, quando o país atingiu seu recorde em notificações diárias de óbitos, 1.473, o Ministério da Saúde alterou o horário de divulgação dos dados da pasta, que passaram a ter sua divulgação oficial feita às 22h. De acordo com o próprio presidente Jair Bolsonaro, a mudança foi realizada para os dados não estarem disponíveis a tempo de serem divulgados pelo Jornal Nacional, da TV Globo, às 20h30min. Na sexta, o país notificou 1.005 óbitos pela doença.

Após a decisão, o país também alterou seu painel de informação, onde constam os dados mais recentes, retirando informações totais de óbitos, recuperados, casos confirmados e mortes em observação. Durante a noite de sexta-feira e a tarde de sábado, o site do Ministério da Saúde esteve fora do ar. Ao retornar, o site alterou sua divulgação deixando disponíveis apenas as informações sobre os novos casos de pessoas recuperadas da doença, os casos de novas contaminações e os óbitos nas últimas 24 horas.

Durante o sábado, o futuro secretário da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, disse que o governo pretende "rever os critérios dessas mortes" causadas pela Covid-19. Wizard disse que a pasta da Saúde conta com uma "equipe de inteligência" militar que identificou sinais de fraudes em dados prestados por alguns Estados e municípios, mas evitou dizer quais seriam esses locais, ou mesmo quantos

As mudanças na divulgação dos dados causaram reações de figuras públicas, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que afirmou: "Fiz um apelo, em nome da Câmara, para que sejam restabelecidos os dados e a transparência. Você adiar informação, você adia o trabalho de muitas secretarias estaduais e municipais no Brasil inteiro, que trabalha com suas informações e com os dados consolidados do Brasil inteiro".

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chamou de "tragédia" e de "pior dos mundos" a alteração pelo governo federal da forma de divulgação dos dados da pandemia da Covid-19. "Me parece que estão querendo fazer uma cirurgia nos números dos protocolos públicos. Não informar significa o Estado ser mais nocivo do que a doença", disse Mandetta, em uma live da faculdade IDP, de Brasília.


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