Brique da Redenção atrai turistas e gaúchos com comemorações ao aniversário de Porto Alegre

Brique da Redenção atrai turistas e gaúchos com comemorações ao aniversário de Porto Alegre

Evento contou com desfile de cem carros

Felipe Nabinger

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O domingo de sol em Porto Alegre é convidativo para “passear pelo Brique, num alto astral”. O trecho da “Porto Alegre É Demais”, composta por José Fogaça, sintetiza o evento que integra as comemorações dos 44 anos do Brique da Redenção. Esse alto astral foi garantido por atrações que se somam aos já tradicionais cerca de 300 expositores. Um desfile de cem carros do Veteran Car Club do Brasil RS por entre as bancas despertou a atenção de todos. Em um dos carros, à frente do desfile, estava a embaixadora dos 250 anos de Porto Alegre, Kátia Suris. “O Brique da Redenção é a essência de Porto Alegre. O domingo aqui não existe igual. É nosso cartão-postal do final de semana. O Brasil conhece o Brique”, disse.

João Ricardo de Oliveira, 46, presidente do grupo Fusca e Amigos, de Salvador, na Bahia, celebrava conhecer o local. “Essa é a primeira vez que venho ao Estado e acabei aproveitando essa data alusiva ao aniversário de Porto Alegre. Não imaginava algo nessa magnitude e com essa organização”, disse. Há dez dias aqui, Oliveira diz que já se sente um “baiúcho”.

Paulistana vivendo em Porto Alegre há menos de três anos, Bruna Bicudo Scorza, 37, começou a aproveitar os eventos da cidade, incluindo a visita ao Brique, há pouco, já que a pandemia prejudicou esse tipo de programa quando da chegada à Capital. “Eu adoro feirinhas de domingo, como há em São Paulo. Sempre me disseram para vir no Brique da Redenção. Aqui é um pouquinho de tudo que tem lá, uma mistura das feirinhas da Liberdade e da Paulista”, afirma.

Depois do desfile de carros, foram realizadas apresentações do Conjunto de Folclore Internacional Os Gaúchos, com danças portuguesas e açorianas, e show musical da The Travellers Country Rock junto a um palco montado junto ao Monumento ao Expedicionário. 

Expositores a caráter

A exemplo do final de semana anterior, primeiro domingo de festejos alusivo ao aniversário do Brique da Redenção, muito expositores usam roupas de época. Expositor há 17 anos, Vitor Manuel Coelho, 63, usa um fraque e de forma solene abanava para o desfile em frente a sua banca. “É um fraque do final do século XIX e era um traje usado pela alta sociedade em bailes. Hoje está sendo usado em comemoração aos 44 anos do Brique”, explica.

Renita Stieler, presidente da Comissão Deliberativa dos Antiquaristas do Brique da Redenção celebrou o tempo bom com sol e céu aberto e disse que “o resultado não poderia ter sido melhor”. Projetando eventos mensais na linha dos realizados no aniversário do espaço, Renita define o Brique como um espaço de sua casa. “É um ambiente de acolhimento. Não imagino meu domingo sem ser aqui recebendo e interagindo com as pessoas”, garante. Seu primeiro contato com o Brique foi em 1982. “Vim ter uma reunião com o padre, pois me casei nessa rua. Foi uma paixão fulminante”, afirma.

A história do Brique

A feira começou em 18 de março de 1978. A administração municipal da época reuniu um grupo de pessoas para que desenvolvessem um projeto de implantação de uma feira de antiguidades, seguindo modelos existentes de San Telmo, em Buenos Aires, e do Mercado de Pulgas, em Montevidéu.

A Feira das Pulgas, como foi denominada na ocasião, era composta de 24 expositores que comercializavam objetos antigos. Quatro anos depois, um grupo de 40 artesãos e artistas plásticos liderados por Paulo Filber e Berenice Aurora, começaram a expor seus produtos no parque, ao lado do Mercado de Pulgas. Em 26 de outubro de 2005, foi sancionada a lei que declarou o Brique da Redenção integrante do patrimônio cultural do Rio Grande do Sul.


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