Britânicos poderão conhecer identidade dos doadores que os conceberam ao atingir a maioridade

Britânicos poderão conhecer identidade dos doadores que os conceberam ao atingir a maioridade

Cerca de trinta jovens poderão obter o nome de seu doador ainda em 2023

AFP

Mais de 70 mil crianças foram concebidas desta forma desde 1991 no Reino Unido, o equivalente a um a cada 170 nascimentos

publicidade

Jovens que foram concebidos por meio de doação de esperma ou óvulo no Reino Unido, poderão conhecer a identidade de seus doadores ao atingir os 18 anos. Desta forma, cerca de trinta jovens poderão obter o nome de seu doador, a data e o local de nascimento e seu último endereço conhecido, ainda em 2023, segundo o Regulador Britânico de fFrtilidade e Embriologia (HFEA). Mais de 70 mil crianças foram concebidas desta forma desde 1991 no Reino Unido, o equivalente a um a cada 170 nascimentos.

A medida passa a valer apenas para crianças geradas após a mudança da lei em 2005. A alteração na lei de 2005 levanta o anonimato dos doadores: a partir dos 18 anos, as pessoas concebidas por meio da doação de esperma, óvulo ou embrião podem solicitar a identidade de seus respectivos doadores. O HFEA estima que mais de 700 jovens adultos serão contemplados até o final de 2024, e 11.400 até 2030.

O acesso às informações sobre suas origens genéticas "se assim desejarem" representa "um momento muito importante" para esses jovens, disse Marta Jansa Pérez, da British Fertility Society.

Mas para aqueles nascidos antes da reforma, a situação é outra. Jamie Ruddock, que vive em Brighton, tem 19 anos. "Estou feliz por aqueles que vão poder saber, mas estou um pouco chateado por eu não poder", afirmou o estudante à AFP.

Ruddock diz que não está buscando outra figura paterna, mas tem curiosidade. Junto com seu irmão mais velho, concebido com o mesmo doador, e seu pai, iniciou uma busca através de serviços de testes de DNA, ainda sem sucesso.

Segundo Nina Barnsley, diretora do Donor Conception Network no Reino Unido, um bom número de jovens que já podem acessar os dados de seus doadores talvez nem tenha conhecimento de como foram concebidos ou sobre a mudança na lei.

Além disso, o assunto foi por muito tempo tabu. Há anos, os psicólogos aconselham as famílias a informar seus filhos gerados desse modo o mais cedo possível.

Alguns pais temem a revelação dos doadores. "Estão preocupados de que venham a se tornar alguém importante em sua vida e pelas reações de seus filhos", declarou Barnsley.

Ao mesmo tempo, muitos têm "curiosidade para saber mais sobre os doadores e querem agradecer (...) por terem lhes ajudado a criar uma família".


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895