Código Florestal já “nasce precisando de reformas pontuais”, diz relator
Matéria deve ser aprovada em março
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Mesmo após longas e intensas discussões no Congresso Nacional, o Código deverá ser aprovado em março com lacunas. De acordo com Piau, algumas alterações ainda precisarão ser feitas depois que a matéria for aprovada e sancionada.
O relator é responsável pelo último texto que o código receberá antes da votação final. Ele, no entanto, não pode acrescentar dispositivos à matéria, apenas suprimir trechos do substitutivo aprovado no Senado no fim do ano passado.
Piau explica que algumas questões não foram abordadas no texto feito inicialmente pela Câmara e permaneceram excluídas no Senado. Com isso, esses temas só poderão ser tratados em uma nova legislação, depois de aprovado o código.
“Por exemplo: hoje você não pode fazer um barramento para irrigação, porque isso não foi considerado de interesse social, assim como a agricultura irrigada como um todo. Esse é um ponto que nós não temos mais condição aqui na Câmara de mexer. Então, logo após a sanção, nós já vamos ter que alterar a lei do Código Florestal de tão complexa que é essa matéria”, explica o relator.
Mas, mesmo diante das falhas do projeto, o deputado garante que o mais importante é que o assunto seja votado o quanto antes. A votação foi acertada com o governo semana passada para que ocorra no dia 6 de março. Para Piau, “o pior dos mundos seria não ter votação”.
Ele se preocupa com a proximidade da conferência ambiental Rio+20, marcada para junho. Na opinião do relator, se o código não for apreciado até lá, os debates sobre o tema poderão se misturar às questões da conferência. “É uma mistura que não deve acontecer. Na Rio+20 teremos o mundo aqui discutindo meio ambiente e qualquer dúvida que tiver em relação ao Código Florestal será levada para lá. Na conferência teremos que tratar de futuro e não de problemas internos nossos aqui”, declarou Piau.
O relator garante, ainda, que a maior beneficiada com a aprovação rápida do Código Florestal será a agricultura familiar, que não precisará recompor as áreas já desmatadas. Ele também disse que fará esforço máximo para não deixar dúvidas que possam levar ao veto da presidenta Dilma Rousseff.