Campanha "Muda Tristeza" promove conscientização e prevenção ao suicídio em Porto Alegre

Campanha "Muda Tristeza" promove conscientização e prevenção ao suicídio em Porto Alegre

Moradores se surpreenderam pela ação que intencionava mudança no nome do bairro Tristeza

Jézica Bruno

Ação é decorrente ao setembro amarelo, mês de prevenção mundial ao suicídio

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Sábado foi o dia para falar de tristeza. A data, 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, não foi escolhida por acaso. Muitos dos que se reuniram na praça Comendador Souza Gomes, na zona Sul de Porto Alegre, durante a manhã deste sábado acreditavam que iriam participar de um debate sobre a mudança do nome do bairro Tristeza. Pelo menos foi o que a campanha "Muda Tristeza" deu a entender nas redes sociais e nas ruas da região, com centenas de cartazes amarelos que foram colados pelos muros e estampados em jornais como o Correio do Povo.

Para a surpresa de todos, o bairro não vai mudar de nome. Não era essa a intenção da proposta que pouco esclareceu seus objetivos e muito aguçou as opiniões alheias na Internet. Um dos lugares mais tradicionais da Capital foi escolhido para o lançamento da campanha que objetiva mudar sim, mas a forma como a sociedade olha para o sentimento tristeza, responsável pela depressão e, em último estágio, o suicídio.

A ação foi promovida pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Movimento Educação para a Paz, Ministério Público, Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (APRS) e diversas outras entidades. A campanha do factoide foi criada, de forma gratuita, pela agência Matriz.

Segunda maior causa de morte no Brasil 

O suicídio é a segunda maior causa de morte no Brasil. A cada 40 segundos, uma pessoa tenta se matar. A cada nove das que tentam, três conseguem e atingem uma média de seis pessoas na sua volta, que ficam sofrendo pela morte do seu familiar, amigo ou companheiro. O Rio Grande do Sul é o Estado líder no ranking nacional.

De acordo com a coordenadora do CVV no Rio Grande do Sul, Liziane Eberle, grande parte dos casos de suicídio decorre da depressão a tristeza excessiva que as pessoas guardam para si. “O suicídio ainda é um tabu. Por isso, a gente veio na Tristeza para mobilizar as pessoas a falar sobre o assunto, a tristeza da alma, do corpo e do desamor”, afirmou destacando que o CVV atua 24 horas por dia há 46 anos no Estado através do número 188. No Brasil, o serviço de apoio emocional e prevenção ao suicídio é oferecido há 53 anos.

A campanha do Muda Tristeza atualizou nas redes sociais a sua proposta no mesmo dia do lançamento e fez com que muitas das pessoas que se deslocaram até o local marcado para a discussão trocassem o seu repúdio a ideia para aceitação de uma causa que afeta milhares de pessoas todos os dias.

“A nossa ideia foi atrair a atenção das pessoas e utilizamos o factoide da troca de nome do bairro Tristeza para isso. Deu certo”, contou o diretor de criação da agência Matriz, Maurício de oliveira, responsável pela campanha. A atividade fez parte do Setembro Amarelo, realizado com o propósito de salvar vidas.

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