Carreata das Vitoriosas reforça prevenção ao câncer de mama

Carreata das Vitoriosas reforça prevenção ao câncer de mama

Tradicional caminhada precisou ser adaptada em razão da pandemia de Covid-19

Cláudio Isaías

Em função da pandemia, tradicional caminhada virou uma carreata em 2020

publicidade

Em função da pandemia da Covid-19, a tradicional Caminhada das Vitoriosas, foi substituída por uma carreata. A atividade realizada na tarde deste sábado, com saída do Parque Moinhos de Vento e chegada na Usina do Gasômetro, reforçou sobre a importância do autocuidado, prevenção e diagnóstico do câncer de mama. Na Orla do Guaíba, as voluntárias do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama/RS) soltaram mais de mil balões cor de rosa para marcar as atividades do Outubro Rosa. O Rio Grande do Sul é o estado que apresenta os maiores índices de câncer de mama no país. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que ocorram 59,7 mil novos caso por ano, com mortalidade de 23%. 

A vice-presidente Imama/RS, Cíntia Seben, o prefeito Nelson Marchezan Júnior, acompanhado da primeira dama Tainá Vidal cortaram a fita que permitiu a passagem de veículos, motocicletas, bicicletas e patinetes. O tema deste ano "Caminhe pela Vida" buscou chamar a atenção da sociedade sobre os cuidados com a saúde da mama, principalmente porque o Rio Grande do Sul é segundo estado em casos da doença e Porto Alegre, é a capital com maior incidência de casos desse tipo, e cujo diagnóstico tardio é o responsável pela alta taxa de mortalidade da doença. "A grande preocupação do instituto esse ano é que o número de mulheres que está consultando apresentou uma redução significativa", ressaltou. A Caminhada das Vitoriosas foi promovida e organizada pelo Imama/RS.

Segundo Cíntia Seben, essa redução é preocupante porque a previsão do Inca para 2021 é de 66.280 novos casos. "Mesmo com a pandemia, a gente pede que as pessoas não tenham medo de ir aos hospitais para realizar as suas consultas e os exames", ressaltou. A agente de viagens Iolanda Klaic, que participa desde 2016 da Caminhada das Vitoriosas, disse que é importante falar cada vez mais sobre o câncer de mama e se prevenir. A relações públicas Caroline de Lima, que estava vestida de Supergirl Rosa, que foi diagnosticada em 2017 com a doença, participou de patinete da carreata. "Fiz do meu câncer de mama uma causa pra mim. O meu propósito ao entrar para o Imama foi levar informações para as pessoas", explicou. Desde então, ela passou a ser voluntária do instituto onde realiza palestras e segue com o tratamento a cada seis meses em um hospital de Porto Alegre, além de fazer uso diário de medicamentos. 

Câncer de mama é o mais comum entre as mulheres

O câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres, respondendo por 23% dos novos casos de câncer no País a cada ano, de acordo com o Inca. Só no Rio Grande do Sul, 5.210 novos casos da doença serão registrados até o fim deste ano, de acordo com estimativas do instituto. Porto Alegre é a capital brasileira com maior incidência do problema, com 147 pessoas atingidas a cada 100 mil. A doença tem cura, desde que detectada precocemente. Atualmente, a prefeitura de Porto Alegre oferece 1.968 solicitações de mamografias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A fila de espera é de 4.605 pessoas. A solicitação mais antiga foi realizada no dia 14 de agosto. Mas a ordem de atendimento não é necessariamente a de chegada. A preferência costuma ser dada a pacientes que demandam o exame com mais urgência – conforme diagnóstico prévio, que precisa ser feito por um médico.

Segundo Cíntia Seben, o exame precoce ajuda na identificação da doença que, se descoberta previamente, tem 95% de chance de cura. O SUS preconiza que a mamografia seja feita a partir dos 50 anos até os 69 anos, de dois em dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Sociedade Brasileira de Radiologia recomendam que o exame inicie a partir dos 40 anos e seja feito anualmente. No Rio Grande do Sul, apenas 27% das mulheres nessa faixa etária fizeram o exame.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895