Casa da Estrela será transformada em centro cultural no bairro Petrópolis

Casa da Estrela será transformada em centro cultural no bairro Petrópolis

No local, serão realizados cursos de escultura, oficinas de educação patrimonial e um memorial da Aeergs sobre a história da casa e da escultura no Rio Grande do Sul

Cláudio Isaías

Serão necessários mais de R$ 500 mil para recuperar a casa de estilo neocolonial californiano construída em 1946 na rua Camerino

publicidade

O termo de permissão de uso da Casa da Estrela, no bairro Petrópolis, foi assinado nesta quarta-feira pela prefeitura de Porto Alegre. O imóvel têm mais de 60 anos e é uma referência para a comunidade, tanto pela importância de sua arquitetura, quanto pela sua relação com a história do bairro. A cerimônia foi realizada no Paço Municipal e contou com as presenças do prefeito Nelson Marchezan Júnior, do secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse e de representantes da Associação dos Escultores do Estado do Rio Grande do Sul (Aeergs).

O presidente da associação, Lucas Strey, disse que serão necessários mais de R$ 500 mil para recuperar a casa de estilo neocolonial californiano construída em 1946, localizada na rua Camerino. "A ideia é transformar a casa em um centro cultural onde serão realizados cursos de escultura, oficinas de educação patrimonial e também disponibilizar a comunidade um memorial da Aeergs sobre a história da casa e da escultura no Rio Grande do Sul", ressaltou.

O prefeito Nelson Marchezan Júnior assinou o decreto municipal que autoriza a associação a utilizar o espaço situado na rua Camerino, 34, no bairro Petrópolis. O imóvel de 165 metros quadrados e é referência pela importância da arquitetura e a relação com a história do bairro.

O local será transformado em centro de ações culturais para resgatar o convívio dos moradores e valorizar o patrimônio cultural e artístico da cidade. O imóvel passará por obras de recuperação e terá cursos de escultura, jardim com monumentos, oficinas de educação patrimonial e exposições de arte e história.

O prefeito afirmou que o patrimônio municipal deve cumprir a função de atendimento dos interesses públicos. “O compromisso da nossa gestão é encontrar outros imóveis que possam ser fruto de parcerias com a sociedade para entregarmos serviços aos porto-alegrenses. Preservar um patrimônio da cidade é dar a ele uma destinação realmente pública”, acrescentou.

Segundo Alabarse, o imóvel sofreu com as ações do tempo devido a impasses de administração, invasões e processos de reintegração de posse. “É um final feliz de uma novela que levou 15 anos para se resolver. Agora, finalmente, a gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior deu uma destinação para que a população tenha mais acesso à arte e à cultura”, explicou.

Inicialmente, serão realizadas intervenções necessárias para abrir a casa. Os recursos serão obtidos através das leis de incentivo à cultura estadual e federal, e fundos como o Fumproarte, FAC RS e Funarte. “A meta inicial é a recuperação do espaço físico seguindo as exigências da legislação. Depois, estabeleceremos um plano de ações culturais que atenda a todos os interesses da comunidade do Petrópolis e os demais bairros”, destacou o presidente da associação, Lucas Strey. O historiador João De Lo Santos, que acompanha o processo desde 2004, disse que o imóvel é conhecido como Casa da Estrela devido à estrela de pedra desenhada na entrada.

Por causa dos elementos arquitetônicos peculiares, da arquitetura antiga e vegetação alta, a residência passou a ser associada ao misticismo por moradores da região. O antigo proprietário, o capitão Mário Fernandes Pantoja, tinha fama de esotérico e raramente era encontrado pelos vizinhos.

"O pedido de construção da casa é de 1946 e ela possui uma estrela na fachada, na entrada e dentro da residência. A Casa da Estrela que pertencia ao militar baiano que faleceu em 2002 foi uma referência no bairro Petrópolis", acrescentou.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895