Casais homossexuais participam de cerimônia coletiva de união estável em São Paulo

Casais homossexuais participam de cerimônia coletiva de união estável em São Paulo

Entre os 47 casais, apenas 15 eram de homens

Agência Brasil

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“Um sonho alcançado e um direito adquirido”, foi como a costureira Mirian Moura definiu a sua união estável com a companheira Vânia Maria em uma cerimônia coletiva promovida pela Secretaria de Estado da Justiça de São Paulo, na noite desta sexta-feira. “Para a gente está sendo muito importante, depois de dez anos de relação conseguir esse direito da união estável”, completou. A cerimônia ocorreu no Centro de Tradições Nordestinas, na zona norte da capital paulista, e reuniu 47 casais homossexuais. O direito à união estável de casais do mesmo sexo foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal em maio de 2011.

Além de compartilhar o sobrenome do cônjuge, a união estável permite uma série de direitos, como partilha de bens em caso de separação e o direito a sucessão no caso de falecimento. Na hipótese do casal querer adotar uma criança. “Esse documento mostra que elas têm uma família e facilita o processo, sem dúvida nenhuma”, destacou a coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual, da Secretaria da Justiça, Heloísa Alves.

Heloísa ressaltou ainda a importância da união estável para os casais. “Porque é uma forma de você afirmar a cidadania da população homossexual, de reconhecer que essa população tem que ter seus direitos garantidos e tem direito a ter uma família”, disse.

Direito que, na cerimônia coletiva, foi mais aproveitado pelas mulheres. Entre os 47 casais, apenas 15 eram de homens. “Curiosamente, as mulheres adoram casar”, brincou a coordenadora. Entre os homens que oficializaram o compromisso estão Valdir de Freitas e André Cruzbello. “É um evento sério, para as pessoas verem que não é moda, é uma união normal”, declarou Valdir.

Para a defensora pública do Núcleo de Combate à Discriminação, Vanessa Vieira, a cerimônia foi importante como forma de reafirmar os direitos dos homossexuais. “Uma inciativa como esta é muito importante para dar visibilidade a população LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e simpatizantes) e também para propiciar a oportunidade deles saberem mais sobre os seus direitos. Saberem o que eles podem exigir do governo, das entidades particulares e de toda a sociedade em geral”, disse.

A Defensoria Pública foi responsável pela orientação jurídica dos casais e elaboração da escritura das uniões. Vanessa Vieira apontou ainda que esse público é o que mais apresenta denúncias de discriminação à defensoria. “Infelizmente, em todas as áreas sociais se vislumbra esse preconceito e discriminação, seja por empresas, seja por órgãos públicos”, ressaltou.




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