Causa de surto de toxoplasmose em Santa Maria ainda não foi identificada

Causa de surto de toxoplasmose em Santa Maria ainda não foi identificada

Causa de surto de toxoplasmose em Santa Maria ainda não foi identificada

Henrique Massaro

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Ainda não se sabe o que provocou o surto de toxoplasmose em Santa Maria, município que já teve 1.430 casos notificados, 569 deles confirmados laboratorialmente. Em entrevista realizada manhã de ontem em Porto Alegre, o secretário estadual da Saúde, Francisco Paz, e outros representantes da pasta informaram que as primeiras análises realizadas até aqui não foram conclusivas com relação à causa e novos estudos já estão ocorrendo junto ao Ministério da Saúde.

Com maior concentração nos meses de março e abril, no entanto, os casos já tem apresentado redução. “As notificações que temos concentram os números de casos nos meses de março e abril. A cada semana, a gente vê mudarem os números, mas são casos relacionados a esses dois meses. Observando-se a curva da incidência, constata-se que o surto está se autolimitando”, destacou Paz, ao afirmar que a fase atual é de remissão. Apesar disso, comentou, o levantamento de dados sobre as ocorrências registradas entre março e abril ainda não foi finalizado.



De todos os casos notificados, 1.103 foram considerados suspeitos. Até aqui, além dos confirmados (51,6%), 222 já foram descartados e 312 ainda estão em investigação. De todas as pessoas infectadas com a doença, 215 são do sexo masculino (37,8%) e 354 são mulheres (62,2%). No público feminino, a toxoplasmose preocupa principalmente nas gestantes, devido aos riscos que correm os fetos. Até aqui, dos 50 caos registrados (4,5%), ocorreram três óbitos fetais com 26, 29 e 36 semanas de gestação, além de dois abortos com 15 e 16 semanas, e um outro em investigação.

Há, ainda, 145 gestantes em investigação. Sete casos – e outros 17 ainda investigados – foram congênitos, ou seja, quando passa da mãe para o bebê. O primeiro registro da infecção é do dia 15 de janeiro e o último de 10 de maio. Transmitida através das fezes dos gatos, a toxoplasmose é considerada uma doença que costuma afetar um grande número de pessoas de forma simultânea e rapidamente disseminada. Para entende o que causou o surto, o governo Estadual conduziu estudos através de diversas amostras, como de água e lodo da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Santa Maria, já que os casos apareceram em 38 dos 41 bairros da cidade.

O resultado até aqui, no entanto, deu negativo quanto à presença de toxoplasma gondii. Segundo o secretário, a falta de resultados se dá porque as análises são complexas que por vezes demoram a serem evidenciadas. “Estamos em andamento nos estudos junto com a equipe do Ministério da Saúde, que é especializada nisso, com consultorias inclusive internacionais, para que a gente possa diagnosticar e prevenir futuros surtos”, explicou. O envolvimento nacional, porém, causou uma disparidade de informações, pois o Ministério chegou mencionar apenas 88 casos confirmados.

De acordo com Paz, o dado se referia a uma amostra para o estudo de caso de controle e não afetou as providências tomadas quanto a medicamentos. Ainda segundo ele, o Ministério tem esses remédios como estratégicos e, apesar das medidas tomadas, eles só devem chegar entre setembro e outubro. O estado, por sua vez, tomou a iniciativa de localizar as substâncias junto aos municípios e estados vizinhos. “Hoje temos o suficiente para atender a demanda e já estamos recebendo, das nossas compras, outras quantidades que vão nos permitir manter o atendimento da demanda e repor aqueles emprestados”, disse.

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