Cavalgada do mar reaproxima veranistas das tradições gaúchas

Cavalgada do mar reaproxima veranistas das tradições gaúchas

Evento começou no sábado, em Torres, e termina no próximo final de semana, em Dunas Altas

Gabriel Guedes

Cavalgada do Mar passou por Dunas Altas neste sábado

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No período em que os gaúchos mais se afastam do campo e se concentram nas areias das praias, a Cavalgada do Mar vem para reaproximar estes dois extremos, ao levar as tradições do Rio Grande do Sul até a orla. Começou neste sábado a 36ª edição do evento. Cerca de 500 cavaleiros e cavaleiras participam neste ano. O trajeto iniciou no começo da manhã de sábado, no Parque do Balonismo, em Torres, e será realizado em sete etapas ao longo desta semana, encerrando no dia 22, na praia de Dunas Altas, já no município de Palmares do Sul. Hoje o grupo avançou por cerca de 30 quilômetros, até Arroio do Sal, por onde chegaram por volta das 13 horas e realizaram o pernoite. Amanhã cedo, a caravana novamente parte, desta vez seguindo rumo a Capão da Canoa. Ao todo, o trajeto a ser percorrido é de quase 140 quilômetros. “Não é apenas uma atividade de lazer. É uma homenagem ao gaúcho, às nossas tradições. Entre os estados brasileiros, temos uma das histórias mais bonitas”, enfatiza o comandante da Cavalgada e presidente do instituto homônimo, Luiz Eduardo Amaro Pellizzer.

O sábado começou com tempo mais nublado e temperaturas mais amenas no Litoral Norte, mas sem o costumeiro vento. Mas com o avançar das horas e do trajeto, o céu abriu e o sol apareceu com força, elevando as marcas dos termômetros. Mas nada que tenha sido empecilho. Segundo Pellizer, além de gaúchos de diversas cidades, catarinenses e brasileiros de outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraíba também marcaram presença. Até mesmo cavaleiros da Argentina e do Uruguai passaram pelas areias do Litoral Norte. “A gente procura mostrar a força da nossa tradição aos veranistas e um destes símbolos é o cavalo”, destaca o autônomo Marco Aurélio Melo, 50 anos. Ele estava na companhia de outros sete cavaleiros do Piquete Tradição e Glória, de Viamão, e aguardavam no final da manhã de sábado, sob a sombra de pinheiros, na praia de Areias Brancas, a chegada da cavalgada para se integrarem ao restante das tropas. “A idade vai pegando, e hoje temos mulher e criança juntos, então resolvemos diminuir um pouco o ritmo”, observa Melo, que participa há 34 edições.

Pellizer conta que está há 4 anos a frente da cavalgada e lembra da primeira edição. “Não é só uma celebração. Aqui trazemos pautas importantes. Desta vez é o pacto federativo, que pode beneficiar nosso estado. Mas na primeira vez foi um pedido de atenção ao trabalho no campo, do agricultor”, se recorda. O organizador também se diz comovido a cada edição. “É um momento de confraternização, amizade e carinho. Nas areias a reação das pessoas é emocionante”, destaca. Conforme o tradicionalista, a cavalgada vai mobilizar durante o trajeto, cerca de 5 mil pessoas, entre participantes e equipes de apoio. “Temos também a participação da Brigada Militar, com seu regimento de cavalaria”, completa.

Os cavalos, a grande razão de existir o evento, também não ficam em segundo plano. “Temos esta grande preocupação com o bem-estar animal. Além dos 10 veterinários durante todo trajeto, atuamos também para evitar qualquer tipo de contaminação aos banhistas e entre os animais”, assegura. Por isso, ele afirma que o apoio das prefeituras é essencial. “Sabemos que o verão é uma época de grande movimento aqui e com as prefeituras conseguimos manter a praia limpa após a passagem dos animais”, conclui. 

As próximas paradas 

Segunda-feira: Capão da Canoa a Imbé
Terça-feira: Permanência em Imbé
Quarta-feira: Imbé a Tramandaí
Quinta-feira: Tramandaí a Cidreira
Sexta-feira: Cidreira a Balneário Pinhal
Sábado: Balneário Pinhal a Dunas Altas


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