Cegos protestam contra convênio interrompido pela prefeitura de Porto Alegre

Cegos protestam contra convênio interrompido pela prefeitura de Porto Alegre

Entidade promoveu uma marcha no Centro Histórico

Lu Winck

Acergs completa 50 anos em outubro e atende por mês mais de 800 pessoas cegas e com baixa visão

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A Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), que em outubro completa 50 anos de existência e atende por mês mais de 800 pessoas cegas e com baixa visão, teve uma das mais importantes fontes de recursos encerrada em agosto, quando a prefeitura não renovou o convênio que mantinha atividades fundamentais da instituição, apesar do apelo constante por parte da diretoria da associação. Por conta disso, a entidade promoveu na manhã desta segunda, a Marcha da Verdade, no Centro Histórico.

O objetivo era denunciar o abandono das instituições que atuam com assistência social por parte do poder público. A prefeitura alega que a entidade não renovou o convênio no prazo estabelecido previamente. Para o presidente da Acergs Gilberto Kemer, esta justificativa é inadmissível. “Temos registros dos e-mails enviados aos órgãos competentes com pedidos de agenda para tratar da renovação do convênio, além de diversos telefonemas e envio de documentos comprovando através de relatórios a utilização dos recursos em atividades de reabilitação que são fundamentais para que o deficiente visual esteja de fato incluído na sociedade. Nosso trabalho é contínuo e a interrupção será um enorme retrocesso”, declarou.

Em maio deste ano a Acergs realizou a Marcha das Bengalas, uma caminhada pelo Centro Histórico, ocasião em que a prefeitura se comprometeu em atualizar os pagamentos atrasados e avançar na negociação pela renovação do convênio. Porém, apesar de conseguir colocar em dia os valores devidos, o convênio ainda não foi renovado, mas houve a sinalização quanto à possibilidade de renovar ou celebrar um novo convênio.

O tesoureiro da Acergs, Rafael Santos, chama a atenção para a necessidade de unir as forças de várias entidades que estão em situação de vulnerabilidade pela condução das negociações com a prefeitura. “Por isso decidimos organizar a Marcha da Verdade para que juntos possamos lutar por direitos que são de todos nós e dos quais, o poder público não pode se eximir”, afirmou. As atividades oferecidas pela Acergs financiadas pelo convênio e que já estão suspensas são orientação e mobilidade e ensino do Braile. Não havendo renovação ou novo convênio também serão encerradas as aulas de informática e o atendimento psicológico.

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