Centrais sindicais promovem ato unificado nesta segunda em Porto Alegre
Movimento está sendo chamado de 1 de Maio da Resistência e terá atos em diversas cidades do Estado
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O ato vai recordar os 100 anos da primeira greve geral do Brasil, organizada pelos anarquistas em 1917. Vai lembrar, ainda, a data de aniversário da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), assinada pelo presidente Getúlio Vargas, em 1943. Pelo menos 100 pontos da legislação devem ser alterados caso o Congresso aprove a reforma trabalhista.
Também protesta o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Claudir Nespolo. “As reformas assaltam direitos e conquistas de 70 anos, como a CLT”. Na avaliação de Nespolo, a saída de uma crise passa por investimentos. “Jamais a economia do Brasil vai crescer se pagar salários miseráveis e oferecer empregos precários, como apontam as reformas. Isso não gera consumo, só produz incerteza e pobreza”, analisou. “Na eleição de 2018, vamos cassar parlamentares que votaram contra direitos dos trabalhadores. Estamos esclarecendo à população nos municípios do Interior”, citou. Nespolo diz que gostaria que os empresários brasileiros tivessem o norte-americano Henry Ford como referência e se preocupassem em pagar mais e distribuir a renda.
“É conversa fiada de empresários de que é preciso modernizar a CLT para criar novos postos de trabalho. Nos governos Lula e Dilma, o Brasil gerou cerca de 20 milhões de empregos com carteira assinada. Chegamos inclusive a ter uma situação de pleno emprego, em 2014, e a CLT não foi impeditiva”, complementou Nespolo.
Na Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/RS) há mais um motivo de indignação. “A Receita Federal não cobra os bilhões sonegados pelos empresários e políticos corruptos. Os seus programas miram só o salário do trabalhador. Não pensam em atualizar a tabela do Imposto de Renda, pois para a Receita, salário é renda”, lamentou o presidente Guiomar Vidor. O mais grave, acrescenta, é que a PEC 247 do governo Temer congela investimentos em saúde, educação e infraestrutura por mais 20 anos. “Em vez de indutor do crescimento, o Estado agora é promotor da recessão”, concluiu.
O Dia do Trabalhador foi instituído em memória aos mártires de Chicago (EUA). Em dia 1º de maio de 1886, milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de 13 para 8 horas diárias. A repressão foi dura, com prisões, pessoas feridas e até mesmo operários mortos pela polícia.