Cerca de 1,9 mil taxistas de Porto Alegre ainda não realizaram exames toxicológicos

Cerca de 1,9 mil taxistas de Porto Alegre ainda não realizaram exames toxicológicos

Prazo para recebimento da documentação obrigatória encerrou em dezembro

Cláudio Isaías

Condutor que não entregou o documento prossegue descadastrado

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Os taxistas de Porto Alegre entregaram 5.668 laudos toxicológicos à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) até o dia 15 de janeiro. Um total de 7.583 condutores estão cadastrados no sistema e a frota da Capital é composta por 3.884 veículos registrados na empresa. Cerca de 1.915 motoristas ainda não realizaram os exames. O prazo para recebimento da documentação, que teve início em outubro de 2018, encerrou em dezembro do ano passado.

Em razão disso, a prestação do serviço somente é possível com apresentação do laudo do exame na Coordenação de Cadastro de Operadores (CCO) da EPTC, na avenida Erico Verissimo, número 100, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. A não apresentação do exame, situação constatada pelos agentes de trânsito em ações de vistorias que são feitas na cidade já resultou em nove motoristas de táxi autuados.

Uma outra operação realizada na Estação Rodoviária de Porto Alegre e no shopping Bourbon Wallig, na avenida Assis Brasil, na zona Norte da Capital, todos os taxistas estavam em dia com os exames toxicológicos. O gerente de Fiscalização de Transportes da EPTC, Luciano Souto, afirma que o serviço de táxi, sem a entrega do laudo, representa em multa administrativa no valor de R$ 200,73 e o recolhimento do veículo.

"A obrigatoriedade do laudo toxicológico foi estabelecida para qualificar o sistema de táxis da Capital, certamente com bem mais segurança aos usuários e valorização da categoria", explicou. Segundo ele, o condutor que não entregou o documento prossegue descadastrado, ou seja, ele precisa obrigatoriamente regularizar a sua situação para voltar a trabalhar.

Já o diretor de Operações da EPTC, Fábio Berwanger, afirmou que a entrega dos mais de cinco mil laudos pelos condutores é resultado do trabalho conjunto entre a prefeitura e os taxistas. "A medida tem o objetivo de selecionar os bons profissionais e de garantir uma maior segurança e qualidade no atendimento à população", ressaltou. O diretor administrativo do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi), Adão Ferreira de Campos, elogiou a iniciativa da prefeitura de realizar os exames toxicológicos.

"A realização do exame é positiva, porque se tiver alguém com dependência química no volante de um táxi, esse condutor será retirado do sistema. O resultado é que teremos um serviço de mais qualidade ao cidadão", acrescentou. O exame custa, em média, R$ 150,00 e o resultado é liberado em cerca de oito dias úteis. Desde 2016, o toxicológico é obrigatório para motoristas de caminhões, mas Porto Alegre foi a primeira cidade do Brasil que passou a exigir o exame para motoristas de táxi. O exame identifica substâncias ilícitas até seis meses após o consumo.

Exame será periódico

A análise de fios de cabelos, pêlos ou unhas detecta o uso de maconha, cocaína, anfetamina, ecstasy e opiáceos. Os mais de sete mil taxistas de Porto Alegre terão que realizar o exame uma vez por ano, assim como a renovação do carteirão que não ocorre no mesmo período. No entanto, para realizar a renovação do documento é preciso estar com o toxicológico em dia.

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