Cerca de 30 famílias seguem desabrigadas em Jaguari

Pelo menos 30 famílias continuam desabrigadas em Jaguari, na região Central do Estado, que ficou debaixo d'água com as chuvas do início da semana. Elas passaram a noite de quarta-feira no Ginásio de Esportes da Escola Estadual Severiano de Almeida, que foi desativada e cedida ao município. Outros centros comunitários dos bairros Mauá, Sagrado Coração de Jesus (que ficou completamente alagado) e Carrapicho, da Vila Cohab, e da localidade conhecida como Ponte Seca também servem de abrigo.

A enchente do Rio Jaguari começou na terça-feira, quando a água chegou a 10,5m e 15 famílias foram removidas. No entanto, no final da tarde de quarta-feira, uma chuva forte atingiu a cabeceira do rio e o nível subiu para 12m, e outras 15 tiveram que ser retiradas de suas casas. Um dos salvamentos de urgência foi o de um idoso com problemas mentais que resistia em sair de casa.

O secretário de Assistência Social da cidade, Sidnei Viaro, ajudou a retirá-lo. "Eu corri pra lá, de madrugada, e gritava 'Afonso, tu tá aí?', e ele me respondia 'to em casa'. Só que a luz da lanterna dava a impressão de que ele já estava em cima da árvore que tem ao lado. Chamei os bombeiros, mas eles ficam a 40km do local. Então, peguei um barco emprestado, e conseguimos retirar o morador ", relata. Outro caso foi o resgate de uma menina doente de dentro de uma casa já completamente alagada. "A casa estava debaixo d'água, e conseguimos tirar a garota, que estava de cama, pela janela", conta o secretário.

O maior problema é a falta de entendimento da população sobre os locais de risco de enchente. Segundo o secretário, em 1984, os moradores do bairro Vila Negra foram definitivamente transferidos para uma região mais alta. No entanto, mais 25 anos depois, a área foi novamente ocupada por moradias irregulares.