Cerca de 60 pessoas estão desalojadas na Capital

Cerca de 60 pessoas estão desalojadas na Capital

Moradores da zona Sul de Porto Alegre foram os mais atingidos pelas cheias dos arroios

Correio do Povo

Chuva desaloja cerca de 60 pessoas na Capital

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Cerca de 60 pessoas, entre adultos e crianças, já foram removidas de suas casas pela Defesa Civil por causa das chuvas incessantes que caem na região Metropolitana desde a madrugada de sexta-feira. Na zona Sul de Porto Alegre, alguns arroios acumularam muita água e chegaram a derrubar pontes.

O Loteamento Túnel Verde, no bairro Ponta Grossa, foi um dos mais atingidos. Cerca de 35 famílias tiveram de ser removidas nesta manhã depois depois que a água do Arroio Salso subiu e alagou as casas. Os moradores foram levados para a Igreja São Brás, na estrada da Ponta Grossa.

Agentes da Defesa Civil ainda analisam a situação de outras cinco famílias, que devem se juntar ao grupo. De acordo com o agente Márcio Cardoso, elas devem passar a noite deste sábado na igreja e só retornam para as suas casas no domingo, se as condições do clima melhorarem. “A água está baixando, mas algumas residências não apresentavam condições neste sábado”, avaliou.

Na rua Dorival Castilhos Machado, no bairro Hípica, o mesmo arroio provocou a retirada de seis pessoas – dois adultos, um adolescente, duas crianças e um bebê de um ano. Os bombeiros precisaram utilizar botes para remover os moradores. Eles estão abrigados no ginásio da Secretaria Municipal de Educação da avenida Cavalhada, junto de outros 18 pessoas.

Segundo o coordenador de Defesa Civil, coronel Léo Antônio Bulling, foram recebidas cerca de 50 chamadas em toda a cidade. "Estamos com as equipes na rua e vamos fornecer cestas básicas, cobertores e lonas às famílias desalojadas", afirmou o coronel ao site da Prefeitura de Porto Alegre. A Defesa Civil fez atendimentos nos bairros Agronomia e Lomba do Pinheiro (queda de muro).

O grande acúmulo de água também prejudicou o trânsito da Capital. A cheia do Arroio do Salso provocou a interdição da ponte da Restinga, na avenida Edgar Pires de Castro. Com isso, toda a região está ilhada neste sábado. Em janeiro, a ponte ficou interditada porque parte da estrutura caiu.

EPTC libera vias da zona Sul

A Empresa Pública de Transporte Coletivo (EPTC) já liberou algumas vias que haviam sido bloqueadas por causa da chuva, na manhã deste sábado. No entanto, a empresa desaconselha o tráfego em algumas áreas, apesar de consideradas “transitáveis”. Em algumas avenidas da zona Sul, os veículos precisam transitar lentamente porque havia mais de 30 cm de água.

De acordo com a empresa, a avenida Tramandaí, na zona Sul da Capital, já está apta para a passagem de veículos. Assim como o Beco da Vitória, no Lami. As avenidas Juca Batista e Edgar Pereira de Castro, por sua vez, continuam sendo monitoradas por funcionários da EPTC em função do acúmulo de água que segue em algumas partes das vias. Ainda que esteja transitável, continua o alerta ao motoristas para que eles evitem passar pela região.

Zonas Sul e Leste tiveram mais de 100 mm 

Dados das estações automáticas da MetSul Meteorologia e do Sistema Metroclima indicam que desde que começou a chover na madrugada de sexta-feira até o final da manhã de hoje, quando a chuva cessou, a precipitação em Porto Alegre chegou a 128,5 milímetros em Belém Novo; 114,8 na Lomba do Pinheiro; 80,0 no Menino Deus; 69,5 no bairro Moinhos de Vento; e 63,2 milímetros na Avenida Sertório.

A precipitação indicada pela estação automática de Belém Novo registrou praticamente a média de chuva de todo o mês de junho em pouco mais de 24 horas. A média histórica de chuva em Porto Alegre, em junho – série histórica 1961-1990–, é de 132,7 milímetros, a terceira mais alta entre os meses do ano, sendo superada apenas por agosto (140 milímetros) e setembro (139,5 milímetros). A MetSul explica que justamente por ser um mês de média pluviométrica elevada, a precipitação de hoje acaba por ser extrema.

A chuva intensa em Porto Alegre foi resultado de uma frente semi-estacionária que estava sobre o Centro do Estado, intensificada por ar quente do Norte trazido por uma corrente de jato (vento) em baixos níveis da atmosfera. Com o recuo do sistema para o Sul, como uma frente quente, o tempo já começou a melhorar e a tendência é de um domingo de sol e nuvens com temperatura elevada para esta época do ano. (Meteorologista Luiz Fernando Nachtigall / MetSul Meteorologia)


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