Cerimônia emocionante marca o Dia Nacional da Doação de Órgãos no Palácio Piratini

Cerimônia emocionante marca o Dia Nacional da Doação de Órgãos no Palácio Piratini

Profissionais foram homenageados durante evento em Porto Alegre

Felipe Faleiro

Decano entre os responsáveis por transplantes no país, médico José Camargo discursou no evento

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O Rio Grande do Sul ainda tem um baixo índice na doação de órgãos. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o “não” da família faz com que, em 40% das notificações por morte encefálica no Estado, um órgão não possa ser aproveitado. Nesta terça-feira, durante a celebração do Dia Nacional da Doação de Órgãos, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, o governo do Estado recordou a difícil missão de fazer com que haja mais adesão da sociedade à prática, e ainda lembrou os esforços de diversos profissionais que trabalham para salvar outras vidas.

A cerimônia emocionante reuniu profissionais da saúde, que foram condecorados por seu esforço, e autoridades, como o governador Ranolfo Vieira Júnior, a primeira-dama, Sônia Vieira, e a secretária da SES, Arita Bergmann. Entre os depoimentos, estiveram o do servidor público James Cassiano da Silva, transplantado em 2020 após um diagnóstico de insuficiência cardíaca. “Doar órgãos salva vidas. É o maior ato de amor que você pode ter. Ela pode ser a resposta da partida de seu ente querido. Ele vai continuar vivo em outras pessoas e em sua memória”, disse ele.

O diretor médico do Centro de Transplantes da Santa Casa de Misericórdia, José de Jesus Peixoto Camargo, agradeceu o convite. “Para a memória dos que nos antecederam e como estímulos aos que nos sucederão, temos que assumir hoje aqui entre amigos nosso compromisso de retomarmos os transplantes com a energia que vivemos antes da pandemia. Nossa única redenção possível depende da reabilitação da nossa capacidade de cuidar e proteger as pessoas que dependem de ajuda”, discursou.

Outro momento de emoção foi uma homenagem póstuma ao cirurgião cardiovascular Ivo Abrahão Nesralla, falecido em 2020, em Porto Alegre. O médico foi responsável por realizar a primeira cirurgia robótica da América Latina, bem como a primeira de ponte de safena no Rio Grande do Sul. “Mais do que um notável, o mestre da cirurgia foi um grande parceiro. Na busca da excelência ele era incansável na captação dos recursos que permitissem a contínua qualificação dos serviços”, disse Camargo.

A secretária Arita afirmou que há o desafio de recolocar o Rio Grande do Sul “no lugar em que já esteve na captação de órgãos e realização de transplantes”. “Certamente este ano de 2022 está mostrando uma leve tendências de aumento dos números de notificações e transplantes, graças principalmente a esse trabalho incansável dos nossos hospitais hoje aqui destacados. Temos esperança de que é possível salvarmos mais vidas”, afirmou. Conforme a SES, a fila de pessoas aptas a receber órgãos no Estado alcança 2.544 pessoas.

UFCSPA

Também hoje, uma placa foi descerrada na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) para relembrar os jovens André Augusto Barrionuevo, Cláudio Ataíde Lança, Jackson Luis Ávila, Jean Carlo Kohmann e Marcos Stédile. Os médicos foram vítimas fatais de um acidente aéreo enquanto viajavam para retirar órgãos de um paciente em Chapecó/SC, para transplantes em Porto Alegre. O acidente foi em 1º de outubro de 1997, e a placa foi iniciativa da universidade, da Associação dos Doutorandos de 1990 da UFCSPA e da Santa Casa.


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