Cervo encontrado na zona Sul é transferido para hospital veterinário da Ufrgs

O cervo Otto - assim apelidado depois de ter sido encontrado na avenida Otto Niemeyer na madrugada de quarta-feira - foi transferido para o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Animal exótico para a região das Américas, o cervo será levado, posteriormente, a mantenedora de animais silvestres de Santa Maria, local autorizado pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema). Até a manhã desta sexta-feira, ele estava na Área de Acolhimento de Animais da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

Uma equipe da Sema esteve no local, onde sedou o cervo e, com o auxílio da EPTC, o transportou para o hospital da Ufrgs. De acordo com a chefe do setor de fauna da Sema, Thaís Michel, Otto recebeu todos os cuidados necessários durante o tempo em que ficou na Área de Acolhimento. Na Universidade, contudo, poderá ter um atendimento específico para a espécie, assim como uma adequação de dieta. Também se dará continuidade ao tratamento já iniciado pelo veterinário do abrigo da EPTC para uma lesão que o cervo apresenta na boca desde que foi encontrado.

Antes de ter sido recolhido na avenida da zona Sul da Capital, Otto chegou a ser visto por uma equipe da Sema no bairro Tristeza. No entanto, conforme a chefe do setor de fauna, quando os profissionais se aproximaram, o animal pulou no Guaíba. Apesar da fuga, ela explica que o cervo apresenta características de tranquilidade na presença humana e capacidade de se alimentar nas cocheiras, comportamento bastante incomum para essa espécie, considerada arisca. Também é incomum o aparecimento nessa região. "Não temos como afirmar, mas tudo leva a crer que ele estava sendo criado por alguém”, comenta Thaís.

Área de Acolhimento de Animais

A Área de Acolhimento de Animais da EPTC, que recebeu provisoriamente o cervo, é voltada para animais de grande porte e fica em uma propriedade com 20 hectares na zona Sul de Porto Alegre. Desse terreno, dois hectares são destinados ao plantio de pasto adequado para cada época de alimentação. Atualmente, 14 animais, entre cavalos, éguas e pôneis, estão abrigados no local. Há ainda quatro cavalos que estão recebendo atendimento no hospital veterinário da Ufrgs. De acordo com o chefe da Equipe de Veículo de Tração Animal da EPTC, Gilberto Fonseca, todos os animais são recolhidos por estarem soltos em via pública, ou com base na lei 10.531 de 2008, também conhecida como lei das carroças.

Entre os animais na área da EPTC, por exemplo, há um pônei cego dos dois olhos que foi resgatado há cerca de 30 dias de dentro do Arroio Dilúvio em péssimas condições de saúde. Ele já foi recuperado pelo veterinário responsável pelo abrigo. Atualmente, oito animais da Área de Proteção já estão disponíveis para adoção. Os interessados podem se informar pelo site da EPTC ou diretamente na Central de Atendimento ao Cidadão, localizada na avenida Érico Veríssimo, 100. A fila de espera para a adoção hoje é de 40 pessoas.