Cettraliq ganha prazo extra para retirar efluentes que podem ter alterado água em Porto Alegre

Cettraliq ganha prazo extra para retirar efluentes que podem ter alterado água em Porto Alegre

Empresa sustenta não haver provas de que tenha provocado impasse

Camila Diesel / Rádio Guaíba

Cettraliq ganha prazo extra para retirar efluentes que podem ter alterado água em Porto Alegre

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A Central de Tratamento de Efluentes Líquidos – Cettraliq, apontada como responsável pela alteração do gosto e do cheiro da água em Porto Alegre, recebeu prazo extra para concluir a retirada dos efluentes que permanecem armazenados na planta da empresa, às margens do Guaíba. O limite se estendeu até o dia 5 de janeiro para finalizar o processo. A decisão é da 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, que acolheu o pedido da Central. A empresa espera concluir os trabalhos até o fim de dezembro.

Conforme a Cettraliq, o primeiro prazo concedido pela Justiça, de 50 dias contados a partir de 5 de outubro, “tornou-se inviável por motivos alheios à vontade” da empresa. A Central precisou buscar uma estação de tratamento para receber os efluentes fora do Rio Grande do Sul, já que nenhuma estação do estado se mostrou apta a receber o material.

A Cettraliq informou que começou a retirada dos efluentes em 16 de novembro. Até a segunda-feira passada, foram retirados cerca de 50% dos 2,6 mil metros cúbicos de efluentes que permaneciam na planta e encaminhou para uma empresa em Joinville, em Santa Catarina.

Na avaliação da direção, a empresa não contribuiu para as alterações percebidas na água em Porto Alegre e nem causou os odores percebidos na região. Ainda assim, segundo nota, a equipe técnica adverte, ainda, “que os odores permanecerão na região mesmo após o esvaziamento da planta porque a causa do problema não é a empresa nem a atividade que desenvolvia: para a Cettraliq, foram outros problemas, não identificados nem investigados pelas autoridades, que deram causa aos odores pelos quais a empresa está sendo processada”.

As atividades da empresa foram suspensas pela Fepam em 10 de agosto. A empresa, no entanto, sustenta não haver provas de que seja responsável pela emissão de odores fora dos limites. A Cettraliq fala que a Fepam havia indicado um local para receber os efluentes, mas que houve demora para autorizar o procedimento. Assim, a empresa preferiu buscar uma solução fora do Rio Grande do Sul. A multa estipulada pela Justiça é de R$ 200 mil diários, em caso de descumprimento do prazo.

Após 7 mil amostras de água terem sido analisadas e dois laboratórios referenciais na área terem sido contratados, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) manteve a tese de que o problema se deu por conta da atividade da Cettraliq. Conforme o Departamento, o problema da água com cheiro e gosto em Porto Alegre foi encerrado a partir do momento em que foram suspensas as atividades da empresa.

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