Chegam a Porto Alegre tubulações para despoluir o Guaíba
Objetivo é que o tratamento de esgoto cloacal passe dos atuais 27% para 80% até 2012<br /><br />
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Uma megaoperação foi montada para trazer a tubulação à Capital. Após sair de São Paulo no dia 17 de dezembro, o equipamento chegou ao Porto de Rio Grande na manhã de domingo, transportado por rebocadores. De lá, foi trazido a Porto Alegre pela Lagoa dos Patos e pelo Guaíba. Foram dez dias de viagem e 1,7 mil quilômetros percorridos. Outras quatro unidades encontram-se em Rio Grande, prontas para fazer o mesmo percurso nos próximos dias. Com a aquisição e o transporte, foram investidos R$ 88 milhões. Ao todo, o Pisa, que inclui 24 contratos de execução, receberá recursos de R$ 586,7 milhões (R$ 313 da Caixa Econômica Federal, R$ 203 do BID e R$ 70 do Dmae).
“A chegada dos tubos representa simbolicamente o principal projeto de Porto Alegre, não só na área de saneamento. Vamos fazer algo que a cidade espera há muito tempo”, disse o prefeito José Fortunati, que foi até a Ponta de Assunção, de barco, para acompanhar a chegada do equipamento à Capital. Pela nova tubulação, que será instalada embaixo das águas do Guaíba com 11 quilômetros de extensão, o esgoto será transportado desde a Estação de Bombeamento do Cristal até a Estação Serraria. O projeto prevê que, até 2012, 80% do esgoto cloacal da cidade receberá tratamento.
Segundo o diretor-presidente do Dmae, Flávio Presser, o tratamento de esgoto possibilita devolver a balneabilidade do Guaíba e combater a proliferação de doenças. “Vamos reduzir os coliformes fecais em 90%”, afirmou. Isso deverá ocorrer, de acordo com ele, no verão de 2013. Hoje, apenas duas praias da Capital estão próprias para banho: Belém Novo e Lami. Presser explicou que o emissário subaquático, que considera uma operação inédita no Brasil, foi a melhor alternativa para transportar dejetos. Outra opção era utilizar a avenida Wenceslau Escobar, o que acarretaria na interrupção do trânsito durante um ano. “Causaria um problema de circulação e trânsito impraticável”, justificou.