Chegam a Porto Alegre tubulações para despoluir o Guaíba

Chegam a Porto Alegre tubulações para despoluir o Guaíba

Objetivo é que o tratamento de esgoto cloacal passe dos atuais 27% para 80% até 2012<br /><br />

Danton Júnior / Correio do Povo

De acordo com o prefeito José Fortunati, o processo deve levar até oito meses

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Quatro tubos com 515 m de comprimento cada chegaram nesta segunda-feira, pelas águas do Guaíba, ao Pontal do Estaleiro em Porto Alegre. Fabricados em São Vicente (SP), eles farão parte do emissário subaquático do Programa Integrado Socioambiental (Pisa), promovido pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Outros 18 tubos deverão ser transportados até o final de janeiro, quando começa a instalação. A previsão é de que o sistema esteja em funcionamento em dois anos. O objetivo é resolver um problema antigo da cidade: o tratamento do esgoto cloacal, que hoje cobre apenas 27% do total.

Uma megaoperação foi montada para trazer a tubulação à Capital. Após sair de São Paulo no dia 17 de dezembro, o equipamento chegou ao Porto de Rio Grande na manhã de domingo, transportado por rebocadores. De lá, foi trazido a Porto Alegre pela Lagoa dos Patos e pelo Guaíba. Foram dez dias de viagem e 1,7 mil quilômetros percorridos. Outras quatro unidades encontram-se em Rio Grande, prontas para fazer o mesmo percurso nos próximos dias. Com a aquisição e o transporte, foram investidos R$ 88 milhões. Ao todo, o Pisa, que inclui 24 contratos de execução, receberá recursos de R$ 586,7 milhões (R$ 313 da Caixa Econômica Federal, R$ 203 do BID e R$ 70 do Dmae).

“A chegada dos tubos representa simbolicamente o principal projeto de Porto Alegre, não só na área de saneamento. Vamos fazer algo que a cidade espera há muito tempo”, disse o prefeito José Fortunati, que foi até a Ponta de Assunção, de barco, para acompanhar a chegada do equipamento à Capital. Pela nova tubulação, que será instalada embaixo das águas do Guaíba com 11 quilômetros de extensão, o esgoto será transportado desde a Estação de Bombeamento do Cristal até a Estação Serraria. O projeto prevê que, até 2012, 80% do esgoto cloacal da cidade receberá tratamento.

Segundo o diretor-presidente do Dmae, Flávio Presser, o tratamento de esgoto possibilita devolver a balneabilidade do Guaíba e combater a proliferação de doenças. “Vamos reduzir os coliformes fecais em 90%”, afirmou. Isso deverá ocorrer, de acordo com ele, no verão de 2013. Hoje, apenas duas praias da Capital estão próprias para banho: Belém Novo e Lami. Presser explicou que o emissário subaquático, que considera uma operação inédita no Brasil, foi a melhor alternativa para transportar dejetos. Outra opção era utilizar a avenida Wenceslau Escobar, o que acarretaria na interrupção do trânsito durante um ano. “Causaria um problema de circulação e trânsito impraticável”, justificou.

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