Chuva como a que atingiu o RJ só ocorre a cada 350 anos, diz instituto ambiental

Chuva como a que atingiu o RJ só ocorre a cada 350 anos, diz instituto ambiental

Temporal foi atípico e teve volume maior que o divulgado, afirma presidente do Inea

Rádio Guaíba e AE

Chuva como a que atingiu o RJ só ocorre a cada 350 anos, diz instituto ambiental

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A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro, Marilene Ramos, afirmou nesta quarta que dados de estações pluviométricas do órgão ambiental indicam que chuvas com a intensidade da semana passada têm probabilidade de ocorrer a cada 350 anos. Segundo ela, o temporal na região serrana do Rio foi totalmente atípico e resultados de estações do Inea contrariam dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O volume teria sido maior que o divulgado. A direção do Inmet não foi localizada para comentar.

Até a noite desta quarta, o número de mortes contabilizadas pelas autoridades era de 748, segundo o site R7. Nova Friburgo continua sendo a cidade mais castigada, com 355 mortos, de acordo com números divulgados pela Secretaria de Saúde e Defesa Civil. Em Teresópolis, foram encontrados 302 corpos; em Petrópolis, 63; e em Sumidouro 21. Em São José do Vale do Rio Preto foram achados seis corpos, de acordo com a prefeitura local. Em Bom Jardim, foi computada uma morte.

Em Porto Alegre, até esta quarta, a Defesa Civil já havia arrecadado 1,5 t de donativos para as vítimas das enchentes.

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De acordo com Marilene, os dados do Inmet relativos a Teresópolis - que indicaram precipitação de 124,6 milímetros num período de 24 horas (a partir de zero hora do dia 11) - foram baseados na estação localizada em área distante do núcleo de maior intensidade de chuva no município. Em Friburgo, onde o Inmet registrou 182,8 milímetros, o resultado está mais próximo dos dados coletados pelas estações do Inea. "Se avaliarmos o volume de precipitação no período de 24 horas a partir de 20 horas do dia 11, nossas estações situadas no núcleo da chuva apontam 249 e 297 milímetros", declarou Marilene.

"Não temos condições de afirmar que foram as mais fortes chuvas já registradas na Serra. Mas, com certeza, pelas características dos deslizamentos e escorregamentos verificados, podemos afirmar que estes níveis de precipitação são os que foram verificados nas regiões atingidas de Teresópolis, Nova Friburgo e no Vale do Cuiabá, em Petrópolis", acrescentou a secretária.

Ainda de acordo com Marilene, informações divulgadas sobre mapeamento de áreas de risco são insuficientes e não retratam a realidade. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informou que há um plano, em parceria com o Ministério da Integração Nacional, para dotar os municípios de Planos de Contingência e de Emergência que incluam exercícios para a população. Segundo Minc, a Defesa Civil dos municípios, de maneira geral, prioriza e realiza com mais eficiência as ações de salvamento, mas precisa ser capacitada para a prevenção e planejamento das ações de emergência.

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