Chuvas voltam a causar estragos e gerar transtornos no trânsito em Porto Alegre

Chuvas voltam a causar estragos e gerar transtornos no trânsito em Porto Alegre

Segundo a prefeitura, soluções, por enquanto, devem passar por medidas de curto e médio prazo

Henrique Massaro

Nas proximidades da Ponte do Guaíba um bueiro que vertia água nesta terça-feira

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Nos últimos dias, a nova gestão da prefeitura teve a primeira demonstração do que é lidar com os diversos problemas que surgem quando há temporal de grandes proporções em Porto Alegre. Além das diversas avenidas e ruas alagadas, que geraram transtornos no trânsito, a água invadiu casas e causou uma série de estragos e perdas aos moradores. O problema ocorreu antes mesmo do inverno, estação na qual as fortes chuvas devem ser registradas novamente.

Na última semana, importantes avenidas como Farrapos e Sertório ficaram debaixo d’água, impossibilitando o trânsito. Vias da zona Norte da cidade, como Voluntários da Pátria, avenida A. J. Renner e ruas do entorno também alagaram, deixando ilhados moradores dos bairros Navegantes, Humaitá e Vila Farrapos. Em alguns locais, a água só foi baixar quatro dias depois do temporal. Na manhã desta terça-feira, nas proximidades das alças de acesso ao vão móvel da Ponte do Guaíba havia um ponto alagado devido a um bueiro que vertia água. Já o nível do Guaíba, conforme medição da Defesa Civil, atingia 2,21 metros, ou seja, situação de alerta.

As soluções, por enquanto, devem passar por medidas de curto e médio prazo. De acordo com o secretário municipal de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, as ações de longo prazo, apesar de existirem, enfrentam o problema da crise financeira - frequentemente mencionado pela gestão Nelson Marchezan Júnior - e uma falta de investimentos que deveriam ter sido feitos nas gestões anteriores.

Ao todo, são aproximadamente R$ 3 bilhões que deixaram de ser investidos em procedimentos de macrodrenagem nas últimas décadas. Segundo Rosário, trata-se de um cálculo feito pelo Departamento de Esgotos Pluviais (Dep) com todos os investimentos que a cidade precisava e ainda precisa na área de macrodrenagem. “A cidade foi crescendo e isso, naquele momento, não foi considerado prioridade. Realmente, na questão de drenagem urbana, Porto Alegre ficou para trás”, analisa o secretário.

Além disso, explica Rosário, há dois editais de licitação abertos. A cooperativa dos trabalhadores, disse o secretário, ingressou com uma impugnação contra um deles, referente às turmas do Dep. Por isso, a prefeitura deve encaminhar uma contratação emergencial. Há, ainda, um contrato de dragagem de arroios que não foi renovado, pois, segundo Rosário, era um dos que estava sendo investigado. Desta forma, foi realizado um novo projeto básico que permita a maior fiscalização dos serviços, como inclusão de GPS nas cargas e acompanhamento eletrônico.

Na questão do curto prazo, afirma, está sendo revista a operação das casas de bombas, que, como já informou a própria Secretaria de Serviços Urbanos (Surb), encontram-se em situação precária. Deve ser definido que o funcionamento destas casas comece antes da chuva para dar maior vasão na rede e alguns reparos pontuais, como o do inversores de frequência de uma das bombas da casa de número 6, responsável por atender o bairro Anchieta.

Já no médio prazo, adiantou, devem ser feitas intervenções de maior porte, mas ainda não tão grandes como as obras de macrodrenagem. Um exemplo é a canalização de algumas redes que ainda não passaram por manutenção ou que não contaram com a limpeza de algumas galerias. “Não queremos de forma alguma dizer que faremos algo e depois frustrar as pessoas”, disse.

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