Ciclone Freddy deixa mais de 100 mortos em Malawi e Moçambique

Ciclone Freddy deixa mais de 100 mortos em Malawi e Moçambique

Em várias regiões do sul do Malawi, as autoridades declararam estado de catástrofe

AFP

Em várias regiões do sul do Malawi, as autoridades declararam estado de catástrofe

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O ciclone Freddy, que está seguindo um caminho pouco comum, deixou mais de 100 mortos em Moçambique e Malawi, onde foi declarado o estado de catástrofe, informaram as autoridades nesta segunda-feira (13). Pelo menos 99 pessoas morreram no Malawi, um dos países mais pobres da África, apontou a agência de catástrofes.

O balanço anterior oferecido pelas autoridades e pela Cruz Vermelha dava conta de pelo menos 66 mortos nesse país e quatro em Moçambique. Os números ainda podem aumentar. Em várias regiões do sul do Malawi, as autoridades declararam estado de catástrofe, incluindo a capital econômica Blantyre, anunciou a Presidência.

O chefe de Estado, Lazarus Chakwera, "constatou, com grande inquietude, a devastação que o ciclone Freddy está provocando em muitos distritos [...] e declarou o estado de catástrofe" no sul, diz um comunicado.

Freddy se formou em frente ao noroeste da Austrália na primeira semana de fevereiro e poderia se converter no ciclone tropical mais duradouro já registrado, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas.

O ciclone atravessou todo o sul do Oceano Índico e atingiu Madagascar em 21 de fevereiro, antes de chegar à Moçambique no dia 24. Naquele momento, já havia deixado 17 mortos e milhares de desalojados.

Trajetória pouco comum

Após uma trajetória pouco comum em 'looping', o ciclone voltou a tocar o solo em Madagascar na semana passada, e retornou a Moçambique no sábado. Ao menos quatro pessoas morreram na província de Zambezia (centro), indicaram as autoridades locais à AFP.

Porém, é provável que o balanço aumente porque as informações chegam a conta-gotas pelos danos que as intensas chuvas e os fortes ventos causaram na rede de telecomunicações.

O Instituto Nacional de Gestão de Desastres de Moçambique (INGD) disse que as consequências desta segunda tempestade eram piores que o esperado. "O número de pessoas afetadas superou as previsões", declarou a diretora do INGD, Luisa Meque, que acrescentou que o ciclone também atingiu áreas "consideradas seguras".

Muitas pessoas estão desaparecidas, alertaram as autoridades. A cidade portuária de Quelimane (centro), situada a 40 quilômetros de onde o ciclone tocou terra, ainda está isolada do restante do país.

Em algumas áreas já não há mais ruas, água ou eletricidade, contou, por telefone, Guy Taylor, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O ciclone chegou ao Malawi na madrugada de segunda. A maioria dos corpos foi encontrada na região de Blantyrem, segundo a polícia local."As operações de resgate continuam, mas se veem dificultadas por chuvas incessantes", declarou à AFP Beatrice Mikuwa, uma porta-voz.

Várias tempestades ou ciclones atravessam o sudeste do Oceano Índico todos os anos durante a temporada de ciclones, que vai de novembro a abril.


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